Dez pessoas em isolamento devido a bactérias multiresistentes
Dez pessoas encontram-se em isolamento no Centro Hospitalar Conde Ferreira, no Porto, devido a bactérias multirresistentes, adiantou hoje à agência Lusa a diretora clínica Rosa Gonçalves.
A diretora clínica do Centro Hospitalar Conde Ferreira disse que estão em isolamento naquela unidade hospitalar 10 doentes portadores de bactérias multirresistentes, mas apenas cinco com Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase KPC.
A KPC fez, há cerca de um ano, três vítimas mortais no Hospital de Gaia e, em fevereiro passado, matou três pessoas no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
A notícia foi avançada pelo Jornal de Notícias, que refere que os doentes hospitalizados no Conde Ferreira, vocacionado para doenças mentais, são provenientes de outros hospitais com os quais a Santa Casa da Misericórdia do Porto mantém parcerias.
Ao JN, a Santa Casa recusou identificar os hospitais de origem dos doentes, confirmando inicialmente que estavam na unidade dez pessoas infetadas com a bactéria para depois corrigir a informação referindo que os doentes estão "colonizados e não infetados", ou seja, são portadores da bactéria mas não desenvolveram a infeção.
"Após a confirmação do diagnóstico, os doentes foram imediatamente transferidos para uma unidade de isolamento para efeitos de tratamento, na sequência do qual já se verificou a regressão da bactéria em vários utentes", informou o hospital, acrescentando: "foram tomadas todas as medidas preventivas protocolarmente necessárias, de modo a evitar o contágio de terceiros ou uma eventual evolução da infeção".
O gabinete de comunicação da Santa Casa adiantou ainda que não houve mortes relacionadas com a bactéria KPC e que a Direção-Geral de Saúde está ao corrente da situação.
A KPC, comummente designada como "superbactéria", é altamente resistente a antibióticos e propaga-se através do contacto direto ou secreções, estando as pessoas debilitadas mais vulneráveis ao desenvolvimento da infeção.
O maior surto da KPC em Portugal começou em agosto de 2015 e só foi dado como controlado quatro meses depois, depois de cerca de 100 doentes serem infetados com a bactéria, que provocou a morte a três pessoas.
Mais recentemente, morreram três doentes em Coimbra, como já referido, sendo que 20 tiveram de ser colocados em isolamento e oito desenvolveram infeção.