Mais de um terço (36%) dos portugueses considera utilizar automóveis autónomos para deslocações diárias, sendo que as mulheres são as menos confiantes, de acordo com um estudo da Netsonda encomendado pela DE-CIX divulgado esta quarta-feira.Apesar de afirmarem que são necessários mais testes e regulamentos, "quase quatro em cada 10 inquiridos consideram a utilização de carros autónomos para as suas deslocações diárias, sendo que as mulheres (31%) estão menos confiantes do que os homens (41%)", refere o estudo.Três quartos (76%) dos portugueses inquiridos acreditam que os veículos autónomos precisam de ser testados e devidamente regulamentados, sendo que as mulheres preocupam-se mais com o desempenho destes em situações imprevisíveis (69%), enquanto os homens tendem a confiar mais, sendo que 62% estão preocupados com questões de segurança.O estudo quantitativo foi realizado através da aplicação de um questionário 'online' junto do painel Netsonda, com uma amostra representativa da população portuguesa com idades entre os 18 e os 64 anos.Ao todo foram realizadas 800 entrevistas 'online', o que corresponde a uma margem de erro de mais ou menos 3,46%, tendo a recolha de informação decorrido entre 09 e 16 de abril, um inquérito realizado pela Netsonda em colaboração com a DE-CIX, principal operador mundial de Internet Exchange (IX).As razões mais comuns para a utilização de um automóvel autónomo foram menos streee e fadiga ao conduzir (66%), tempos de deslocação mais rápidos devido a percursos otimizados (49%) e a capacidade de realizar multitarefas ou trabalhar durante o percurso (47%),Em sentido inverso, as posições para não usar veículos automóveis foram a incerteza sobre como lidar com situações imprevisíveis (60%), o medo de falha ou avaria da tecnologia (56%) e as preocupações de segurança (55%)."Com a IA a avançar rapidamente e a tornar-se cada vez mais integrada na ciência, tecnologia, negócios e vida quotidiana das pessoas, é crucial que os pioneiros, programadores e facilitadores de IA levem em consideração e compreendam a perceção pública sobre a IA", afirma o presidente executivo (CEO) da DE-CIX, Ivo Ivanov, citado em comunicado."Para colher os frutos das oportunidades que a IA representa, as empresas terão de garantir a transparência, a segurança e a proteção dos dados para conquistar a confiança dos utilizadores. Com isto em prática, a IA tem o potencial de ajudar a resovler alguns dos maiores desafios do mundo nos próximos anos", salienta o gestor.No que respeita aos robôs humanóides, os portugueses dividem-se, com as menções negativas a registarem 55% das respotas e 36% a afirmar que não gostam e são contra este tipo de soluções tecnológicas em casas."As menções positivas registaram 42% das respostas dos inquiridos" e 16% admitiram que os robôs ajudam os humanos e reduzem o esforço.Relativamente à confiança da IA tomar decisões em situações críticas, 36% afirmaram que nao se pode confiar neste caso, com os homens a confiar mais nesta tecnologia (40%) que as mulheres (32%).Quanto às razões para considerar a IA confiável nas aplicações avançadas, as principais são na análise mais rápida de dados do que os humanos (71%), a capacidade de processar dados em tempo real instantaneamente (64%) e o seu treino em grandes quantidades de informação (60%).Em sentido inverso, a falta de capacidade para lidar com emoções ou necessidades complexas (59%), falta de intuição humana (57%) e potenciais falhas nos algoritmos (54%) são razões para considerar a tecnologia pouco fiável nas aplicações avançadas de IA."O estudo demonstra claramente que, embora a IA esteja a tornar-se mais comum em Portugal, o público tem opiniões diversas e, muitas vezes, cautelosas sobre as suas formas mais avançadas e autónomas", aponta Ivo Inanov.