20 041 novos casos e 46 mortes. Incidência, internamentos e casos ativos continuam a descer
No dia em que os especialistas defenderam o alívio de restrições, foram registados, em 24 horas, 20 041 novos casos de covid-19 em Portugal, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). O relatório desta quarta-feira (16 de fevereiro) indica que morreram mais 46 pessoas devido à infeção por SARS-CoV-2 .
Os dados mostram também que há agora 2141 internados, menos 129 do que na véspera, dos quais 142 estão em unidades de cuidados intensivos (menos cinco), sendo que foram registados mais 20 347 casos de pessoas que recuperaram da doença, num total de 2 574 750.
Em dia de atualização dos valores da matriz de risco, mantém-se uma diminuição na incidência, com 4390,9 casos por 100 mil habitantes a nível nacional e 4385,9 infeções no continente. Na segunda-feira, os valores deste indicado estavam em 4385,9 e 5000,0 casos por 100 mil habitantes a nível nacional e no continente, respetivamente.
O índice de transmissibilidade, R(t), voltou a recuar, estando agora em 0,76 em todo o território (estava em 0,81) e 0,75 no continente (era de 0,80).
Perante esta atualização, o número de casos ativos da doença continua a diminuir, totalizando agora 536 483 (menos 352 face ao dia anterior).
Lisboa e Vale do Tejo, com 6831 novos casos, e o Norte do país, com 5594, são as regiões onde se regista o maior número diário de infeções por SARS-CoV-2.
Confirmaram-se mais 3819 novos casos no Centro, 1060 no Alentejo, 1371 no Algarve, 797 nos Açores e 569 na Madeira.
Das 46 mortes registadas em 24 horas, 16 ocorreram no Norte, 12 em Lisboa e Vale do Tejo, 12 no Centro, duas no Alentejo, duas no Algarve e duas na Madeira.
Relatório diário refere ainda que há menos 13 672 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde, num total de 561 116.
Desde o início da pandemia, em março de 2020, Portugal já confirmou 3 131 899 diagnósticos de covid-19 e 20 666 óbitos, indica o boletim da DGS em dia de nova reunião sobre a situação epidemiológica do país, na qual os peritos defenderam o alívio de restrições.
No final do encontro com especialistas, a ministra da Saúde considerou que Portugal se encontra numa nova fase da pandemia da covid-19 e admitiu o alívio de medidas de mitigação, com nova política de testagem e a revisão da obrigatoriedade de máscara.
"Tão rápido quanto possível e tão devagar quanto necessário", disse Marta Temido sobre o eventual alívio de restrições, em declarações aos jornalistas à saída da reunião do Infarmed, que juntou peritos e responsáveis políticos para avaliar a evolução da situação epidemiológica.
A frase já tinha sido dita no decorrer do encontro pelo investigador Henrique Barros, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, e foi repetida à saída da reunião pela ministra da Saúde.
Resumindo as conclusões do encontro, a ministra da Saúde referiu que é possível considerar que o país se encontra já numa nova fase da pandemia da covid-19, apesar de admitir que há ainda muitas incertezas, abrindo a porta à revisão das medidas atualmente em vigor.
Concretamente, Marta Temido referiu uma nova política de testagem, que deverá passar a ser focada, a avaliação dos contextos em que o uso obrigatório de máscara possa vir a cair e a alteração das situações em que é exigida a apresentação do certificado digital.
"Estamos a falar de questões relacionadas com a eventual alteração da política de testagem, tornando-a mais focada, com a apresentação de certificados digitais em determinados espaços, temas como a utilização ou não de máscara onde podemos estar mais protegidos", explicou, acrescentando também a possibilidade de rever as regras quanto à lotação de determinados espaços.
Sem confirmar prazos para a implementação destas medidas, a ministra remeteu eventuais decisões para a próxima reunião do Conselho de Ministros, ainda esta semana, e disse esperar que possa ser "tão rápido quanto possível", ressalvando que, por outro lado, será também "tão devagar quanto necessário".
O pico da quinta vaga da pandemia de covid-19 foi atingido no dia 28 de janeiro e Portugal já está numa fase decrescente da onda pandémica relacionada com a Ómicron, avançou esta quarta-feira o perito da DGS Pedro Pinto Leite.
"Portugal passou por cinco grandes ondas epidémicas e encontramo-nos na quinta maior onda desde o início da pandemia", afirmou o especialista em Saúde Pública na reunião do Infarmed.
Segundo dados apresentados por Pedro Pinto Leite, atualmente a incidência cumulativa a sete dias por 100 mil habitantes, entre 7 e 13 de fevereiros, é de 1.562 casos, o que representa menos 45% relativamente ao período homólogo e indica que Portugal de encontra "numa tendência decrescente" da pandemia.