Internamentos e incidência a descer. R(t) mantém-se em dia com 10 óbitos
A Direção-Geral da Saúde (DGS) indica que foram confirmados, nas últimas 24 horas, 1778 novos casos de covid-19 em Portugal. O boletim epidemiológico desta quarta-feira (8 de setembro) refere que morreram mais 10 pessoas devido à infeção por SARS-CoV-2.
Número de internados continua a descer. Há agora 621 doentes hospitalizados (menos 29 face ao reportado na terça-feira). Mantêm-se os 135 que estão nas unidades de cuidados intensivos.
Foram registados mais 2013 casos de pessoas que recuperaram da doença, elevando para 993 228 o número total de recuperados. Com estes dados, os casos ativos recuam para 39 665 (menos 245 em relação ao dia anterior).
Em dia de atualização dos valores da matriz de risco, o índice de transmissibilidade, R(t), mantém-se nos 0,92 a nível nacional e 0,93 no continente.
Já a taxa de incidência a 14 dias volta a descer e está agora nos 259,6 casos de infeção por 100 mil habitantes em todo o território nacional (na última atualização estava em 276,0 casos). Sem contar com as regiões autónomas, a incidência no continente passou de 283,8 para 267,4 infeções por 100 mil habitantes.
Lisboa e Vale do Tejo é a região que reporta o maior número de novos casos, com 662. Segue-se o Norte, com mais 562 diagnósticos de covid-19.
Confirmaram-se ainda mais 274 casos no Centro, 158 no Algarve, 88 no Alentejo, 21 na Madeira e 13 nos Açores.
Das 10 mortes registadas em 24 horas, cinco ocorreram na região da capital, três no Centro e duas no Norte.
Sete da vítimas mortais tinham mais de 80 anos, duas tinham entre os 70 e os 79 anos, tendo sido registada uma morte no grupo etário entre os 60 e os 69 anos.
Com esta atualização, Portugal soma 1 050 719 casos de covid-19 e 17 826 óbitos desde o início da pandemia (em março de 2020).
O relatório indica ainda que há menos 1233 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.
Antes da divulgação do mais recente balanço da pandemia, a DGS recomendou o uso da máscara em eventos no exterior e no recreio das escolas.
"A transmissão indireta do vírus é por acumulação de aerossóis e obviamente essa via é muito menos eficaz no exterior do que no interior. De qualquer maneira a recomendação vai no sentido de que em aglomerados e em contextos especiais" a máscara deve ser utilizada, avançou Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, numa audição no parlamento.
A responsável da DGS apontou como exemplo em que se justifica o uso da máscara o recreio nas escolas e também em eventos.
"A própria mobilidade em determinados sítios das cidades em que há aglomerados populacionais isso obviamente poderá constituir uma exceção, uma recomendação diferente, porque permite o contacto direto e próximo entre pessoas e, portanto, permite a transmissão" do vírus SARS-Cov-2, que provoca a doença covid-19.
Uma posição conhecida um dia depois de se saber que Portugal tem quase oito milhões de pessoas com vacinação completa.
Segundo o relatório de vacinação divulgado na terça-feira pela DGS, 7 941 747 cidadãos já concluíram o esquema vacinal, o que corresponde a 78% da população. Paralelamente, 8 759 684 pessoas (85%) já tomaram pelo menos uma dose de um imunizante contra a covid-19.
A região mais avançada em termos de vacinação é o Norte, com 87% da população com vacinação iniciada e 78% com vacinação completa. Em sentido inverso, a mais atrasada é o Algarve, onde 79% das pessoas já tomaram pelo menos uma dose e 70% tem o esquema vacinal completo.
Em Lisboa e Vale do Tejo 81% dos cidadãos já iniciaram a vacinação e 72% já a concluiu.
No que se refere aos efeitos da pandemia a nível global, a covid-19 teve um "impacto devastador" na luta contra a SIDA, a malária e a tuberculose, registando-se um retrocesso sem precedentes, salientou o Fundo Global, no relatório anual divulgado esta quarta-feira.
Pela primeira vez desde a sua criação, em 2002, o Fundo Global de Luta Contra a SIDA, Tuberculose e Malária relata recuos, como a redução significativa dos serviços de despistagem e de prevenção do Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) junto de populações fundamentais e vulneráveis e uma queda acentuada no número de pessoas testadas e tratadas contra a tuberculose, com um especial impacto nos programas de combate à tuberculose resistente à medicação.
"O impacto da covid-19 tem sido devastador. Pela primeira vez na nossa história, os nossos indicadores-chave estão a retroceder", disse o diretor executivo do Fundo Global, Peter Sands, citado no relatório.