Internamentos, incidência e R(t) aumentam em dia com 1654 casos
Os dados mais recentes da Direção-Geral da Saúde (DGS) indicam que Portugal confirmou, em 24 horas, 1654 novos casos de covid-19, o número mais alto de casos desde 8 de setembro (quando foram contabilizados 1778).
Nas últimas 24 horas morreram mais cinco pessoas devido à infeção por SARS-CoV-2 refere o boletim epidemiológico desta quarta-feira (10 de novembro).
Sobre a situação nos hospitais, os dados mostram que há agora 380 internados (mais 19 do que no dia anterior), dos quais 62 em unidades de cuidados intensivos (mais 2 do que no dia anterior).
A incidência continua a aumentar e está a aproximar-se do vermelho na matriz de risco. Ao dia de hoje o índice nacional é de 125,4, enquanto no continente é de 124,8. Quanto ao R(T) está agora em 1,12 tanto a nível nacional como no continente.
Também esta quarta-feira, ficou a saber-se que mais de uma centena de alunos do 1.º ciclo de Vinhais, no distrito de Bragança, estão desde hoje em casa, como medida preventiva da propagação da covid-19, depois de terem sido detetados quatro casos positivos.
A decisão de isolar as crianças foi da Direção-Geral da Saúde, o que levou a encerrar a escola do 1.º ciclo com seis turmas e aproximadamente 105 alunos, segundo disse à Lusa Rui Correia, diretor do Agrupamento de Escolas D. Afonso III.
De acordo com o diretor, estão confirmados três casos de infeção pelo coronavírus em professores e um num aluno, todos relacionados com o 1.º ciclo.
Os casos começaram a ser detetados na segunda-feira e, seguindo as orientações da Autoridade de Saúde, a partir desta quarta-feira todos os alunos e os professores que testaram positivo ficam em isolamento, apesar de os docentes estarem vacinados contra a covid-19.
Em Portugal, o número de infeções por covid-19 mantém uma tendência de subida desde o final de setembro. Para o matemático Henrique Oliveira, da equipa do Instituto Superior Técnico (IST) que desde o início da pandemia faz a modelação do avanço da doença a longo prazo, e de acordo com a sua gravidade, a situação é normal, deriva da abertura da sociedade a todas as atividades económicas e significa até que a doença se está a tornar endémica, embora continue "a ser uma doença grave". O que a realidade nos está a mostrar é que o número de casos está a subir, mas o número de óbitos não.
De acordo com as estimativas feitas pela equipa do IST, Portugal poderá atingir à altura do Natal os 2500 casos, mas, no mesmo período, "podemos afirmar de forma muito segura que o número de óbitos diários não ultrapassará os 20. A probabilidade de tal acontecer é muito, muito baixa".
Ao DN, Henrique Oliveira defende que "as pessoas não podem ficar aterrorizadas cada vez que os números sobem ligeira ou até significativamente. A situação de hoje é completamente diferente da que se vivia há um ano e acho um pouco alarmista andar a falar-se já de uma quinta ou de uma sexta vaga. Devemos preocupar-nos com a gravidade da doença e esta não está a existir", argumentou.
O aumento de casos de covid-19 está a verificar-se em vários países europeus. A Alemanha e a Noruega são exemplos do agravamento da pandemia na Europa. Registaram, nas últimas 24 horas, novos recordes de casos do SARS-CoV-2, informaram os institutos públicos de saúde dos dois países.
As autoridades de saúde alemãs registaram 39 676 novas infeções, o terceiro recorde de novos casos em menos de uma semana enquanto as autoridades norueguesas contabilizaram 2126 novas infeções.
Na Alemanha, a incidência acumulada em sete dias marca o terceiro recorde consecutivo, com 232,1 novas infeções por 100 mil habitantes.
O país registou mais 236 óbitos devido à covid-19 e, de acordo com o RKI, 1105 hospitalizações foram relatadas na segunda-feira e uma taxa acumulativa de internações em sete dias de 4,31 por 100.000 habitantes.
A Noruega registou até agora 924 mortes pela covid-19, com uma taxa de mortalidade de 17,22 por 100.000 habitantes, uma das mais baixas de todo o continente.