A 'chef' do restaurante Boubou’s, em Lisboa, aproveitou este inquérito Proust para pôr a sua compra mais ridícula à venda, a preço simbólico. Não quer aproveitar?
 A 'chef' do restaurante Boubou’s, em Lisboa, aproveitou este inquérito Proust para pôr a sua compra mais ridícula à venda, a preço simbólico. Não quer aproveitar?FOTO: Direitos Reservados

Louise Bourrat: “Segundo o meu noivo, sou Penelope Pussycat, a noiva do Pepe le Pew”

Pedimos ao ChatGPT: “Faz-nos um questionário de Proust para podermos publicar no nosso jornal.” Só que o que ele nos apresentou era muito semelhante ao original, de Proust. Então dissemos: “Dá-nos um mais divertido.” O resultado foi este.
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Se pudesse ter um qualquer superpoder, qual escolheria e porquê?
Queria ter o poder de teletransporte, para poder viajar pelo mundo em segundos.

Qual é o seu filme ou série de TV favorito para assistir numa maratona?
Não sou muito fã do ecrã e não tenho tempo para uma maratona, mas talvez a série que mais fez parte da minha vida: o excelente Oz, serie dos Anos 90 que tem perto de 10 temporadas, suficiente para um ano inteiro!

Qual é a comida mais estranha que já experimentou?
Experimentei várias coisas estranhas, mas com toda a certeza foi a larva do besouro (conhecida no Brasil como mojojoy), na selva amazónica do Peru, e não era mau! Não tive coragem de comer a cru, mas grelhada é uma delícia!

A larva do besouro, 'mojojoy' no Brasil e noutros países da América do Sul, é um superalimento e uma iguaria, que a 'chef' francesa já apreciou. FOTO: Arquivo.

Se pudesse viajar para qualquer lugar no tempo, para onde e quando iria?
Para os Estados Unidos, na década de 70, quando as pessoas clamavam pela paz, pela liberdade e pelo anticonsumismo. A música era incrível, as pessoas divertiam-se e viviam com um espírito despreocupado. As mulheres já estavam livres para viajar e trabalhar e não havia ansiedade ecológica.

Se fosse uma personagem de desenho animado, quem seria?
Segundo o meu noivo, sou Penelope Pussycat, a noiva do Pepe le Pew.

Penelope Pussycat é como o próprio noivo de Louise Bourrat já a apelida, pelo que faz todo o sentido que seja esta o seu alter ego na animação. IMAGEM: Arquivo.

Qual foi a dança mais embaraçosa que já fez?
Provavelmente apaguei-a da minha memória.

Se pudesse trocar de vida com qualquer pessoa por um dia, quem escolheria?
Matthieu Ricard, um francês que se tornou monge tibetano, autor de best-sellers e conferencista, também considerado o homem mais feliz do planeta.
É uma questão muito importante, que levanta muitas coisas fundamentais, como a importância do dinheiro: se eu fosse muito rica por um dia, o que é que isso realmente me traria? Talvez isso venha sempre com grandes responsabilidades ou expectativas externas.

Qual é a música que sempre a faz dançar, não importa onde esteja?
Não tenho uma música em particular que me faz dançar, mas tenho uma que oiço todos os dias e é a única que não me canso: Uptown Ranking - Althea & Donna.

Se tivesse de viver num filme, qual escolheria e porquê?
Gostaria de viver no Amelie, do Jean-Pierre Jeunet, ou num filme do Wes Anderson, pela beleza e poesia.

'O Fabuloso destino de Amélie Poulain' seria um dos filmes em que a 'chef' não se importaria de habitar, com a sua magia de bem-querer. FOTO: Arquivo

Qual foi o presente mais estranho ou engraçado que já recebeu?
Após ganhar o Top Chef, recebi um casal de reformados no Boubou’s que me ofereceu um livro com uma coleção de fotos minhas na televisão. Foi muito estranho e também superfofo! Também tive uma situação com uma menina que estudava para ser canalizadora, e que era a única mulher da escola nos últimos 10 anos. Infelizmente, ela foi assediada todos os dias, tanto que queria deixar o sonho dela. Ver uma mulher finalmente ganhar o Top Chef deu-lhe forças para continuar e hoje ela tem a sua própria empresa. Para agradecer, ela fez-me um salazar [rapa-tachos] com chave inglesa.

Se fosse um animal, qual seria e porquê?
Um gato, sem dúvida. Eu amo dormir e não teria nenhum problema em ter uma vida de gato. Adoro-os, tenho dois e dão-me imensa alegria.

Qual é a sobremesa favorita, que nunca recusaria?
São todas sobremesas francesas: crème brûlée ou profiteroles au chocolat (com um chocolate de boa qualidade, claro!)

Se pudesse criar um feriado, qual seria e como seria comemorado?
O Dia da Desconexão. Atualmente, acho quase impossível termos o direito de desconectar totalmente durante um dia. É um dos meus maiores sonhos e, quando o faço, o mundo profissional faz-me sentir que não posso. Faria tanto bem, a cada um de nós, ter um dia sem saber que horas são, sem ter de responder sempre no momento, sem ter a tentação da passividade que dão os ecrãs. Seria um dia para passar tempo de qualidade com os nossos entes queridos, ou sozinhos, para pensar ou também para estar entediado (o que já não acontece!).

Qual é o  seu hobby mais estranho ou incomum?
Gosto de criar quadros de entomologia (borboletas).

Se pudesse ter qualquer celebridade como seu melhor amigo, quem escolheria?
Robert Sheehan, o ator irlandês da Misfits  e Umbrella Academy, com quem eu saí há alguns anos e me diverti muito. Ele é tão divertido e carismático na vida real, além de ser muito realista e acessível. Caso contrário, seria Dominique Crenn.

Robert Sheehan, ator irlandês que protagonizou, por exemplo, um dos irmãos da 'Umbrella Academy', é uma celebridade que a 'chef' já conhece e que gostaria de ter como melhor amigo. FOTO. Arquivo.

Qual é a piada mais engraçada que conhece?
Não conheço nenhuma piada.

Se pudesse falar com qualquer animal, qual seria e o que perguntaria?
Seria com um dos meus gatos, para saber no que está ele a pensar, ou se está feliz.

Qual é o seu talento oculto, que poucas pessoas conhecem?
Sei fazer o som da guitarra elétrica com a boca.

Se fosse uma cor, qual seria e porquê?
Amarelo, porque é a cor da alegria, a cor do sol.

Qual é a palavra que mais gosta de dizer e porquê?
Tenho o hábito de falar várias línguas o dia inteiro, e gosto de praguejar em idiomas que não falo. Mas não tenho uma palavra específica que goste de dizer. No entanto, tenho uma palavra que amo escrever: allele, que significa alelo.

Se pudesse inventar qualquer coisa, o que seria?
Teria inventado o Shazam, mas já existe. Talvez um detetor de mood que escolhe a música perfeita para ouvir, conseguindo detetar o mood de uma pessoa ou de um grupo (ou até de uma sala de jantar, por exemplo).

Qual é a coisa mais ridícula que já comprou?
Neste caso, diria que um kit/set de badminton, em Portugal. Mas como poderia esperar jogar badminton num país onde o vento NUNCA NUNCA NUNCA PARA. Se estiverem interessados, eu vendo por 1 euro simbólico.

Se tivesse de comer apenas uma comida para o resto da vida, qual seria?
Um ingrediente que poderia fazer de várias maneiras seria a batata. Se fosse uma comida em geral seriam queijos. Se fosse uma coisa que não varia, seria burrata.

Burrata seria um dos pratos eleitos por Louise Bourrat para comer para o resto da vida. FOTO: Reinaldo Rodrigues / Arquivo - Global Imagens

Qual é a sua memória de infância mais engraçada?
Não sei se engraçada é a melhor palavra, já que para os meus pais foi tudo ao contrário: quando era miúda, tinha o costume de fugir quando estava no supermercado ou na rua. Um dia, quando tinha 4 anos, estava a passear num paredão com a minha família; eu estava entre o caminho e a praia a andar, sem olhar para trás, quando rapidamente reparei que a minha família tinha desaparecido. Não paniquei, fiquei uma horinha sozinha, à espera que chegassem, quando eles já estavam a chamar a polícia. A dada altura, decidi andar pelo centro da cidade e encontrar uma pessoa simpática para cuidar de mim. Parei uma senhora na rua e, com muita confiança e toda a calma do mundo, contei que me tinha perdido da minha família, etc, etc. 
Finalmente encontrei os meus pais, a minha mãe a chorar e eu super tranquila. Acho que desde pequena que sempre aspirei a muita independência e aventura, sem medo.

Se fosse um meme, qual seria?
Is she arrogant or just French?  Não sei se me corresponde, espero que não, mas para mim é hilariante.

Qual seria o título da sua autobiografia?
Même Pas Peur, em português Sem Medos. É algo que as crianças dizem muito quando são desafiadas a fazer algo e, embora sintam medo, querem mostrar que são capazes e que nada é inatingível. É um sentimento intermediário que sempre me anima, sentir medo por dentro, persuadindo-me sempre de que posso fazer tudo.

Se pudesse ser uma personagem de videojogo, quem seria?
Link, no Zelda, para viver nesse mapa maravilhoso, mas sem os monstros, por favor.

Qual é o s eu trocadilho ou piada de favorito?
Não tenho.

Se pudesse ser invisível por um dia, o que faria?
Seguiria os poderosos deste mundo para ver e ouvir o que que eles realmente pensam, ou seja, tentaria descobrir os segredos do mundo. Talvez entrar na Àrea 51 para descobrir o que está escondido lá.

Qual foi a coisa mais inesperada que aprendeu recentemente?
Já foi há quase 10 anos, mas aprendi que o aipo bola e o aipo de rama são o mesmo vegetal, depois de vê-lo com as duas partes juntas nos mercados da América do Sul. Senti-me tonta por nunca o ter visto, quando o meu trabalho é justamente cozinhar. Mas depois de falar com muita gente sobre esta descoberta gigante percebi que quase ninguém sabe que são duas partes do mesmo vegetal. Não sei se é assim em Portugal, talvez não porque o nome “raiz de aipo” e “rama de aipo” são bastante intuitivos, mas em francês, espanhol ou inglês não é o caso. Voilá.

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