Lisboa vai voltar a vestir-se de roxo neste sábado, 1 de novembro, para assinalar o 270.º aniversário do Terramoto de 1755.Num conjunto de iniciativas promovidas pelo movimento “Recordar 1755” em parceria com o Quake, o museu dedicado ao terramoto, os lisboetas e todos os que passam pela cidade são convidados a pendurar algo roxo à janela de forma a assinalar o sismo, um gesto que visa lembrar e consciencializar sobre a prevenção deste tipo de fenómenos naturais. É igualmente incentivada a partilha de fotografias nas redes sociais com a hashtag #recordar1755.De roxo também serão iluminados, já na noite desta sexta-feira, vários monumentos não só da Grande Lisboa - como a Estátua de D. José, o Castelo de São Jorge, o Campo Pequeno, o Museu dos Coches e o Santuário do Cristo-Rei em Almada -, mas também de cidades como Setúbal (edifício da Câmara e o Forte de São Filipe), Leiria (castelo), Lagos (Igreja de Santo António) e Ponta Delgada (Portas da Cidade).Na manhã de sábado, 1 de novembro, pelas 9h40, a hora exata a que o sismo começou, a Liga dos Bombeiros Portugueses fará soar as sirenes dos quartéis, que se juntarão aos navios da Transtejo/Soflusa no rio Tejo."Estas ações visam evocar as vítimas e a destruição causada pelo terramoto e fomentar a reflexão sobre a importância da prevenção e preparação para futuros sismos", pode ler-se numa nota enviada às redações.O Quake também preparou uma programação especial para este sábado, com a presença de atores que darão vida a personagens históricas, tornando mais imersiva a experiência de quem visita o museu, localizado em Belém, junto ao Museu Nacional dos Coches.Às 17 horas, a cafetaria do museu vai acolher o lançamento do livro “Recordar 1755”, de André Canhoto Costa, que estará presente para uma sessão de autógrafos. "O Terramoto de 1755 foi mais do que uma catástrofe, que deveria ser lembrada e ensinar-nos a estar mais bem preparados. O Movimento Recordar 1755 nasceu para inverter esta lógica e devolver significado a uma data que o país tratou como rodapé", salienta Ricardo Clemente, cofundador do Quake, citado pelo comunicado.Simulado sismo com magnitude semelhante ao de 1775Já esta sexta-feira, o Centro de Alerta de Tsunamis de Portugal, instalado no Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), testou a sua capacidade com um simulacro de sismo de magnitude 8,5 sentido ao largo do cabo de São Vicente, em Sagres, num cenário semelhante ao do terramoto de Lisboa de 1755.O chefe da divisão de Geofísica do IPMA, Fernando Carrilho, explicou aos jornalistas como seria gerida uma situação real: após a deteção do sismo, os técnicos calculam rapidamente a sua magnitude e potencial de gerar um tsunami, identificam as zonas costeiras em risco e estimam o tempo de chegada das ondas. No exercício, a primeira onda demorou cerca de 50 minutos a atingir Sagres e Porto Santo, exigindo um segundo alerta quando o tsunami se aproxima da costa.O Centro de Alerta de Tsunamis, criado em 2017 e reconhecido pela UNESCO em 2019, funciona ininterruptamente, com equipas em permanência a monitorizar a atividade sísmica e o comportamento do mar. O sistema português integra a rede internacional de alerta do Atlântico Nordeste e Mediterrâneo, emitindo avisos não só para Portugal, mas também para países como Espanha, Marrocos, França e Itália.Segundo Telmo de Carvalho, do Conselho Diretivo do IPMA, apesar de os sismos não poderem ser previstos, a rapidez no aviso é crucial para salvar vidas. A rede nacional de estações sísmicas e marégrafos permite detetar anomalias e partilhar informações em tempo real, garantindo uma vigilância constante face ao risco de novos tsunamis.* Com Lusa.Simulado sismo com magnitude semelhante ao de 1775: primeira onda do tsunami leva 50 minutos a chegar à costa