IURD garante: "Nada de negativo aconteceu ou acontecerá" ao Cinema Império
FOTO: ANTONIO MAINI / Arquivo DN

IURD garante: "Nada de negativo aconteceu ou acontecerá" ao Cinema Império

Polémica decorre da alteração da função do prédio, que passará de equipamento cultural para de uso religioso. Academia Portuguesa de Cinema apelou à proteção do edifício histórico mas, ao DN, a Igreja Universal do Reino de Deus garante que tem "mantido e defendido" o imóvel há mais de 30 anos.
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A Igreja Universal do Reino de Deus, que é inquilina no prédio do antigo Cinema Império há mais de 30 anos, manifestou-se pela primeira vez desde que a Câmara Municipal de Lisboa decidiu, na semana passada, alterar a função do equipamento de uso cultural para uso religioso. "Se o imóvel está hoje em muito melhor estado de conservação e ainda hoje é visto como 'emblemático' é precisamente porque a IURD dele cuida há mais de 30 anos, mantendo e defendendo a genuína traça do mesmo, tendo aí investido as verbas necessárias à sua conservação. Ontem, hoje e sempre", afirma a direção da igreja em resposta ao DN.

A decisão da CML motivou milhares de pessoas. Até ao momento, mais de 12 mil cidadãos assinaram a petição da Academia Portuguesa de Cinema intitulada "Salvemos o Cinema Império", lançada online no início desta semana. No texto da petição, a associação afirma que "o futuro deste património está em risco" e que a conversão de equipamento cultural para equipamento religioso trará "diversas alterações estruturais" que considera "alarmantes".

Em resposta à Lusa, a Câmara garantiu que não há risco de desaparecimento do Cinema e que a proposta aprovada pela autarquia visa, "essencialmente, legalizar adaptações e ampliações já realizadas no edifício", preservando alguns "símbolos identitários".

Ao DN, a Igreja Universal diz que as obras que serão feitas são necessárias para melhorar "o desempenho ambiental do edifício (preocupação que a IURD tem nos seus imóveis), incorporando tecnologias modernas de eficiência energética e sustentabilidade, restabelecendo as característias originais, como a fachada em ArtDeco, os detalhes interiores e os elementos decorativos que representam uma época histórica".

O projeto em curso foi feito por "um atelier de arquitetura vencedor de um prémio de reabilitação urbana", informa a IURD, a ressaltar que, durante o processo de licenciamento, houve a visita de técnicos do património ao edifício "para que fossem previstas as melhores soluções. Toda a intervenção tem um foco na sua reversibilidade e o imóvel continuará a ser emblemático para a cidade de Lisboa".

Para a igreja, o Cinema Império difere-se de outras salas de cinema em Lisboa que desapareceram. "São precisamente de edifícios que já não existem e cujos proprietários não honraram a sua arquitetura e história. É essa a diferença. A Igreja Universal manteve o edifício, sempre cuidou do mesmo, por isso, passados 40 anos do seu encerramento enquanto sala de cinema, o Cinema Império mantém-se como relevante e importante para a cidade. Vai agora merecer uma melhoria com as melhores práticas", destaca a IURD.

A direção da igreja compromete-se com a "fachada recuperada, um edifício eficiente e mais sustentável que a todos honrará e cuja intervenção será devidamente acompanhada".

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