IGAS arquiva inquérito sobre morte de homem durante greve do INEM. "Desfecho fatal inevitável"
Miguel Pereira/Global Imagens (Arquivo)

IGAS arquiva inquérito sobre morte de homem durante greve do INEM. "Desfecho fatal inevitável"

Tempo de resposta do INEM não causou desfecho fatal, diz Inspeção-Geral das Atividades em Saúde.
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A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) arquivou o inquérito referente à morte de um homem em novembro de 2024, ocorrida durante uma greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar do INEM. A decisão foi comunicada esta, quarta-feira (12), após a investigação ter concluído que a situação da vítima era "irreversível e o desfecho fatal inevitável", pode ler-se em nota à imprensa.

O incidente ocorreu em Vila Real de Santo António, a 4 de novembro de 2024. Segundo a IGAS, a vítima estava em paragem cardiorrespiratória e as manobras de reanimação deveriam ter sido efetuadas de imediato, ou num intervalo máximo de cinco a dez minutos.

A investigação apurou que decorreram 35 minutos entre o primeiro contacto telefónico para a Linha 112 (número de emergência) e a chegada do meio de socorro ao local. A ativação da ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) ocorreu 19 minutos após o contacto telefónico inicial. Apesar do tempo decorrido, a IGAS concluiu "não existir nexo de causalidade entre o lapso de tempo decorrido entre a chamada telefónica para a Linha 112 e o desfecho fatal verificado", argumentando que mesmo com um acionamento mais próximo, a chegada ao local teria ultrapassado dez minutos.

Foram os Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António e Castro Marim que contactaram o CODU nacional após tomarem conhecimento da ocorrência. A IGAS referiu que o intervalo de tempo entre o primeiro contacto telefónico para a Linha 112 (11:01) e o acionamento do meio Suporte Imediato de Vida (11:20) foi de 19 minutos e 21 segundos.

O inquérito sobre este caso foi aberto em maio deste ano, na sequência da desagregação de outro processo em curso que visa apurar a relação entre 11 mortes e alegados atrasos no atendimento do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM, durante duas greves simultâneas: uma dos técnicos de emergência pré-hospitalar às horas extraordinárias e outra da administração pública.

O relatório do inquérito foi enviado ao gabinete da Ministra da Saúde e ao conselho diretivo do INEM para que "avalie da pertinência das alterações que poderão ser feitas para melhorar o funcionamento do sistema de emergência médica", segundo o comunicado.

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