IGAS afasta relação entre falhas no CODU e morte em Matosinhos, apesar de problemas detetados
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IGAS afasta relação entre falhas no CODU e morte em Matosinhos, apesar de problemas detetados

De 11 casos analisados, dois foram ligados greve que ocorreu no período.
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A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) concluiu não ser possível estabelecer nexo de causalidade entre falhas no atendimento de chamadas pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM e a morte de um homem de 92 anos, ocorrida a 4 de novembro de 2024, em Matosinhos, durante uma greve dos técnicos de emergência.

O relatório do inquérito indica que o CODU não atendeu as chamadas de pedido de auxílio nem devolveu a chamada perdida, atrasando a chegada de ajuda à vítima. No entanto, a perícia médica sublinha que, em casos de paragem cardíaca em doentes com mais de 90 anos, a taxa de sobrevivência é muito reduzida, sendo o desfecho provavelmente idêntico mesmo com uma resposta imediata e otimizada.

O documento foi aprovado a 11 de agosto e enviado ao Conselho Diretivo do INEM, à Unidade Local de Saúde de Matosinhos, ao Ministério Público da comarca do Porto e ao gabinete da ministra da Saúde.

No dia do óbito, verificaram-se duas greves em simultâneo — à realização de horas extraordinárias por Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar e na Função Pública — que agravaram os atrasos no atendimento. Nesse dia, o INEM recebeu 7.326 chamadas, das quais apenas 2.510 foram atendidas, ficando mais de metade por responder.

Este caso integra um conjunto de 12 inquéritos instaurados pela IGAS para avaliar mortes ocorridas no contexto de greves no INEM. É o 11.º processo a ser concluído e, destes, apenas dois estabeleceram uma ligação direta entre atrasos no socorro e o óbito. Assim, nove casos foram encerrados sem associação à paralisação.

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