Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa
Hospital de São Francisco Xavier, em LisboaGustavo Bom / Global Imagens

Hospital S. Francisco Xavier confirma que corpo encontrado pela polícia era de utente que entrou na urgência a 14 de novembro

Eram 11:15, quando o alerta foi dado por elementos da Divisão de Investigação Criminal (DIC) da PSP de Lisboa. Tinha sido encontrado um cadáver em avançado estado de decomposição nas imediações do São Francisco Xavier, ainda com uma pulseira amarela da urgência. O DN sabe que a Inspeção Geral das Atividades em Saúde já pediu mais informações ao hospital para decidir se abre processo de averiguação.
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“Com base na informação que conseguimos apurar junto de fonte policial, esclarece-se que o corpo encontrado esta manhã com pulseira do Hospital de São Francisco Xavier é de um utente que deu entrada no Serviço de Urgência desta ULS no dia 14 de novembro”. É desta forma que a Unidade Local de Saúde Lisboa Ocidental (ULSLO), que integra a unidade hospitalar situada no Restelo, confirma ao final da tarde desta quarta-feira, dia 10, em comunicado divulgado às redações, que o corpo encontrado por elementos da Divisão de Investigação Criminal (DIC) da PSP de Lisboa, nesta manhã, é de um utente que “foi triado, observado e efetuou vários meios de diagnóstico e terapêutica”.

Na nota enviada, a ULSLO explica que no momento do episódio da urgência o utente se “encontrava orientado e autónomo – e por isso sem necessidade de pulseira de localização”, acrescentando que "o facto de não responder a nova chamada para observação" fez "os serviços tentarem contactar telefonicamente o utente e o contacto de referência, mas sem sucesso. Perante isso, foi feita notificação junto da PSP e foi considerado o abandono do SU pelo utente”.

A ULSLO, que lamenta esta morte, “assegura que desenvolveu todos os esforços, do ponto de vista assistencial e processual, para dar a resposta adequada a esta situação”.

O DN sabe que a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde já solicitou ao hospital mais informações sobre o caso para decidir se abre um processo de inquérito ao caso.

Da parte da PSP, sabe-se que o alerta sobre esta situação foi dado às 11:15, quando os elementos da DIC, que se encontravam a fazer serviço de manutenção (mudança de lâmpadas), se depararam com o corpo junto à Estrada do Forte do Duque, que ladeia o hospital em causa. A PSP isolou o local, comunicando o caso à PJ para investigar a identidade da vítima e as circunstâncias da morte.

O corpo foi levado para o Instituto Nacional de Medicina Legal. As autoridades aguardam agora os resultados da autópsia para esclarecer se existe ou não suspeita de crime.

Recorde-se que este é um segundo caso em que o corpo de um utente que esteve na urgência é encontrado nas imediações do hospital. Há um ano, precisamente a 12 de dezembro de 2024, no mesmo hospital, Avelina Ferreira, de 73 anos, que sofria de demência, deu entrada no mesmo serviço de urgência. O marido foi impedido de a acompanhar e a mulher acabou por sair horas depois do serviço, pelo próprio pé, sem que ninguém se tivesse apercebido. Só horas mais tarde, foi dado a conhecer à família o desaparecimento da utente, cujo corpo só veio a ser encontrado em estado de decomposição na mata junto ao Colégio de São José, sediado junto ao hospital, dois meses depois, a 26 de fevereiro.

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