Fernando Araújo, antigo diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde.
Fernando Araújo, antigo diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde.Igor Martins / Arquivo Global Imagens

Fernando Araújo: "Governo tinha plano miraculoso para mudar o SNS, mas os resultados são maus"

O primeiro diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde e candidato a deputado pelo PS diz, em entrevista à TSF e JN, que 2024 foi um ano perdido para o SNS.
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Fernando Araújo foi nomeado para diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) pelo governo de António Costa, mas não sobreviveu ao governo AD. Diz que a política da Saúde do executivo de Montenegro foi um fracasso. "Este Governo tinha um plano miraculoso para mudar o SNS em 60 dias, num ano. Mas, na prática, os resultados são maus", diz o médico em entrevista à TSF e JN.

O agora candidato a deputado pelo PS aponta 200 mil doentes a aguardar cirurgia e mais doentes à espera de cirurgia oncológica, para o fecho de blocos de partos na Península de Setúbal e para a incapacidade de atrair de médicos de família para o SNS, com os concursos a terem "muito menor adesão".

Acusa o governo PSD-CDS de "enorme desconfiança" em relação o SNS, de "interferência política" e de "desresponsabilização para os problemas".

Confrontado com a pacificação do setor com a chegada da AD ao Governo, diz que "no dia a dia vemos as pessoas desanimadas, desmotivadas, e não há, do lado das lideranças. um fio condutor, uma estratégia".

Sobre as parcerias público-privadas na Saúde diz que não tem "nenhum preconceito ideológico contra as PPP", mas que é "contra a má gestão e a falta de transparência".

Fernando Araújo defende para as próximas legislativas um conjunto de iniciativas, como "agilizar os concursos de ingresso, melhorar as mobilidades e progressões". Além disso, afirma, "vamos apoiar as rendas, a formação, vamos dar mais autonomia, vamos dar capacidade do ponto de vista da inovação e tecnologia".

Para o próximo titular da pasta da Saúde deixa um conselho: "A sugestão que faço ao próximo ministro da Saúde do PS é que não faça como este Governo, é que ouça as pessoas, avalie o desempenho, analise propostas e os planos e que tome decisões baseadas na competência, no valor e nunca em questões partidárias ou políticas".

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