O Governo avançou esta sexta-feira com um projeto de acordo para a valorização dos funcionários públicos, propondo uma atualização salarial em 2025 e 2026 de, pelo menos, 55,26 euros ou um mínimo de 2,1%..O Governo entregou esta sexta-feira "um projeto de acordo, feito sobre aquele que tínhamos" para "ir até 2028" e ,"ignorando algumas matérias", mas com a "disponibilidade" de o poder "melhorar" durante este processo negocial, indicou o secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesap), José Abraão, à saída da reunião com a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, em Lisboa..No que toca à atualização geral dos salários, o Governo propõe avançar com um aumento de, pelo menos, 55,26 euros (o equivalente a um nível remuneratório da Tabela Remuneratória Única) para ordenados até 1.754 euros ou um mínimo de 2,1% para ordenados superiores em 2025 e 2026, isto é, ligeiramente abaixo da previsão de inflação para o próximo ano (2,3%)..Já para 2027 e 2028, o Governo propõe um aumento de, pelo menos, 57,89 euros para ordenados até 1.754 euros ou um mínimo de 2,2% para ordenados superiores..No que toca à base remuneratória da administração pública (vulgarmente conhecida por salário mínimo do Estado), o Governo mantém a proposta de aumento para 875 euros em 2025 (uma subida de 0,57% face ao salário mínimo nacional previsto) e propõe agora que aumente para 925 euros em 2026 (subida de 0,54% face à Remuneração Mínima Mensal Garantida - RMMG), para 975 euros em 2027 (aumento de 0,52% face à RMMG) e que atinja os 1.025 euros em 2028, isto é, um aumento de 0,49% (mais cinco euros) face ao salário mínimo nacional previsto nesse ano.."Dissemos ao Governo que tudo isto era manifestamente insuficiente", indicou o secretário-geral da Fesap, sublinhando que o "projeto de acordo "não contempla o subsídio de refeição", as ajudas de custo e "a questão dos pontos perdidos no SIADAP, bem como o tempo de serviço".."É preciso um pouco mais de ambição", referiu, apelidando o acordo de "poucochinho" e reiterando a "disponibilidade" para continuar a negociar..Para a Fesap há "outros problemas" relacionados com a calendarização de carreiras não revistas, como é o caso dos polícias municipais, administrativos e técnicos superiores que "resvalaram para o futuro" para anos que "não são minimamente aceitáveis", apontou José Abraão..O Governo ficou, por isso, de apresentar um novo calendário "para que não sejam feridas expectativas que foram criadas", disse.."Não queremos tudo de uma vez, mas uma coisa é o compromisso para iniciar cumprindo na justa medida do que é possível o acordo que tínhamos celebrado até 2026, outra coisa é assinar um novo acordo esquecendo o que estava celebrado", referiu o secretário-geral da Fesap..A Fesap, afeta à UGT, indica agora que vai "analisar" a proposta do Governo e apresentar as suas contrapropostas, mas sublinha o acordo anterior é para cumprir e que "a partir daí" se houver melhorias" poderá assinar um novo acordo..Segundo a Fesap, a intenção do Governo é assinar este novo acordo ainda antes da votação na generalidade do Orçamento do Estado para 2025, que está marcada para dia 31..Além disso, nesta reunião a Fesap quis ainda "clarificar" a intenção do Governo de mexer na legislação sobre as baixas por doença, direito à greve e mobilidade e nas férias dos funcionários públicos e indica que, no que diz respeito às férias, o objetivo é "agilizar os procedimentos".."São questões que não vão alterar o regime, é apenas para agilizar", indicou José Abraão.