O Governo anunciou a quatro dos sindicatos dos bombeiros sapadores que está disponível para uma "tentativa de aproximação entre as partes" na próxima reunião de negociação da carreira e salários destes profissionais, mantendo as 35 horas semanais de trabalho.Numa carta a que a Lusa teve acesso esta terça-feira, enviada pelo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, o Governo admite fazer a revisão da carreira "com valorização faseada no menor tempo possível", manter as atuais sete categorias na carreira especial - ao contrário das cinco categorias da anterior proposta - e manter as atuais 35 horas semanais de trabalho - ao contrário das 40 horas propostas na última reunião.Para a reunião que está marcada para esta quinta-feira, o Governo compromete-se ainda a eliminar a proposta de criação de dois suplementos apresentada no ano passado. Na última reunião, que foi interrompida na sequência das manifestações feitas à porta do edifício da sede do Governo, em Lisboa, Hernâni Dias tinha avançado aos sindicatos a proposta de criar dois suplementos: um de risco e um de função.Com esta eliminação, lê-se na carta, será criado "um suplemento único - suplemento de Bombeiro Sapador - que integra os conceitos de risco, insalubridade, penosidade e prontidão de comparência em percentagem de retribuição base".A carta foi enviada aos Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP), Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), Sindicatos dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) e Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL).Depois da interrupção das negociações, a 03 de dezembro do ano passado, estes quatro sindicatos enviaram uma carta ao Governo para pedir que as negociações fossem retomadas. O Governo respondeu ainda no ano passado, dizendo que estava disponível para "melhorar a proposta".Agora, na nova carta enviada aos quatro sindicatos, Hernâni Dias sublinha que "o Governo conta com os sindicatos que demonstraram abertura, boa-fé e sentido de responsabilidade ao longo deste período, com vista a alcançar uma base de entendimento entre as partes, acreditando que um acordo é a solução mais benéfica para todos".Além da reunião que vai acontecer esta quinta-feira, o Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS), que tem uma greve e uma manifestação marcadas para o dia 15 de janeiro, recebeu a convocatória para uma reunião no dia 16.Tal como as anteriores reuniões, as próximas vão acontecer na sede do Governo, no Campus XXI, em Lisboa, e, tendo em conta que a última manifestação dos bombeiros sapadores levou à interrupção das negociações, o Governo avisou que "a realização desta reunião só pode ser viabilizada, desde que estejam asseguradas as condições de negociação, segurança e responsabilidade".No início de dezembro, o executivo suspendeu as negociações com os bombeiros sapadores, acusando-os de estarem a fazer pressão ilegítima, com um protesto que incluiu petardos, tochas e fumos junto à sede do Governo.Os bombeiros sapadores já realizaram três manifestações desde outubro com rebentamento de petardos e lançamento de tochas, além de uma ocupação da escadaria da Assembleia da República.Os bombeiros sapadores exigem a valorização da carreira, que dizem não ser revista há mais de 20 anos, e o aumento de subsídios como o de risco, não aceitando a primeira proposta apresentada pelo Governo.