Governo autoriza contratação de médicos tarefeiros para assegurar o Natal
Rui Oliveira / Global Imagens

Governo autoriza contratação de médicos tarefeiros para assegurar o Natal

Ana Paula Martins diz que a ordem é ter as urgências a dar resposta em época crítica de afluência, mesmo que seja preciso pagar valores acima do habitual. Projeto “Ligue Antes, Salve Vidas” já tirou 350 mil pessoas das urgências e arranca esta quinta-feira em três ULS de Lisboa.
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"Para situações excecionais, tem que haver condições excecionais”. A frase é da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, para justificar a autorização para a contratação de médicos tarefeiros pelos hospitais mais carenciados de recursos nesta época festiva de Natal e Ano Novo. A ordem é assegurar o funcionamento das urgências nesta época crítica, mesmo que para tal tenha de se pagar horas acima da tabela habitual.

“Nos locais onde o constrangimento é maior, o que a Direção Executiva do SNS tem estado a fazer é autorizar a contratação de médicos que não são dos hospitais, mas que serão pagos para estar nestas urgências com valores muito acima do que hoje pagamos”, assumiu Ana Paula Martins,esta quarta-feira, garantindo que a Tutela está a fazer os possíveis para que os doentes tenham resposta assegurada, numa altura em que costuma haver maior pressão sobre os serviços por causa das infeções respiratórias.

As declarações da ministra da Saúde surgiram à margem de uma visita ao novo serviço de teleconsulta da Linha SNS24, destinado a utentes que reúnam condições clínicas para o atendimento médico à distância, após a triagem feita pelo serviço, e que conta com 63 médicos disponíveis. “O que temos agora é apenas uma pequena parte”, de um projeto mais amplo, explicou Ana Paula Martins, referindo tratar-se de um serviço que pode ser prestado a utentes que se encontrem em “situação aguda”, menos grave.

O responsável pela Linha SNS 24, João Oliveira, indicou tratar-se de um atendimento prestado por médicos de medicina geral e familiar, durante 24 horas. “Depois da triagem, a consulta é agendada e o doente depois recebe, por SMS, todas as instruções” para aceder ao contacto com o médico, explicou.

Também esta quarta-feira, em audição parlamentar, o diretor-executivo do SNS, António Gandra d’Almeida, disse que as Unidades Locais de Saúde implementaram planos de contingência para assegurar cuidados de saúde mais adequados nesta estação do ano, “particularmente, difícil para a população em situação de vulnerabilidade”.

Para aliviar a pressão, os hospitais tomaram várias medidas, entre as quais o reforço do número de camas e tentar assegurar que as escalas de urgências estejam completas, disse Gandra d’Almeida aos deputados.

Pré-triagem arranca nas urgências de Lisboa

A partir desta quinta-feira, os hospitais de Lisboa passam a restringir o acesso às urgências gerais e pediátricas a utentes referenciados em pré-triagem, aderindo ao o projeto “Ligue Antes, Salve Vidas”, que obriga a ligar para a Linha SNS24. 

Segundo dados da Direção-Executiva (DE) do SNS, já há 22 Unidades Locais de Saúde (ULS) com este projeto em funcionamento, às quais se juntam mais três a partir desta quinta-feira: São José, Lisboa-Ocidental e Santa Maria, todos em Lisboa. Até final de fevereiro de 2025, está previsto que mais oito unidades locais de saúde adiram ao projeto, passando a representar  85% do total de ULS (há 39 no país).

De acordo com números enviados à agência Lusa pela DE-SNS, cerca de 350 mil doentes foram já retirados das urgências hospitalares desde que pré-triagem telefónica começou a entrar em funcionamento em algumas ULS, em maio de 2023.

Para o diretor-executivo, Gandra d’Almeida, este projeto traduz “um exemplo de sucesso na reorganização do atendimento ao doente em contexto de doença aguda, permitindo o funcionamento em rede do Serviço Nacional de Saúde”.

Com Lusa

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