Fórum em Lisboa na próxima semana traz políticos brasileiros e ministros do Supremo
Entre os dias 26 e 28 de junho, Lisboa será a capital das discussões jurídicas e políticas entre Brasil e Portugal. O evento vai reunir personalidades políticas da direita à esquerda, cinco ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e académicos de ambos os países. É a 12º edição do Fórum Jurídico de Lisboa, que ocorre todos os anos nesta altura do ano na Faculdade de Direito. O tema será Avanços e recuos da globalização e as novas fronteiras: transformações jurídicas, políticas, econômicas, socioambientais e digitais.
As mesas de discussão terão diversos temas, como agenda verde, responsabilidade social, desafios das políticas públicas, judicialização da política, desinformação, inteligência artificial, direito à saúde e o futuro da democracia representativa. Mais de 20 palestrantes estão confirmados.
Em entrevista ao Diário de Notícias, Gilmar Mendes, decano no STF , afirma que as expetativas para o evento. "Temos já uma boa confirmação de palestrantes, tanto do lado brasileiro como do lado português. E também, talvez, o maior número de inscritos que tivemos nas últimas 12 edições", conta.
Entre os políticos confirmados, estão vários dos cotados à presidência nas eleições de 2026, como Ronaldo Caiado, governador de Goiás e Tarcísio de Freitas, de São Paulo. Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul e Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro, também estão na lista de confirmações.
"O evento é bastante plural. Nós temos pessoas do PT, temos pessoas de outras posições. No ano passado o governador Tarcísio esteve, este ano estará de novo, o governador Caiado, pessoas de diferentes espectros políticos", ressalta.
Do STF, além de Gilmar Mendes, vão participar outros cinco ministros do STF: Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Kássio Nunes Marques e o presidente Luís Roberto Barroso.
Sobre as críticas que o evento geralmente recebe, pela deslocação dos juízes s até Lisboa, Gilmar Mendes diz que são "normais" e minimiza as críticas. "É um evento extremamente aberto e isso também alvo um pouco da crítica. Profissionais, advogados podem ter contatos com juízes. Isso ocorre, as pessoas podem conversar ali. Agora, são conversas normalmente ligadas aos debates que se realizam esses três dias em Lisboa. Nós percebemos quase que como uma imersão e algo bastante produtivo", avalia.
De acordo com o ministro, também faz sentido a realização do evento em Portugal, onde há um grande número de estudantes brasileiros. Na Faculdade de Direito da Universidade, os brasileiros representam 30% entre as nacionalidades estrangeiras. Os alunos que vem do Brasil também são significativos em outras instituições do país, como a Universidade de Coimbra e Universidade do Porto.
Ainda segundo Mendes, o evento terá discussões importantes que interessam aos dois países na área da democracia. "Vamos debater essa crise, com a extrema direita que se fez sentir muito fortemente na Europa, nós vimos aí as eleições europeias. Também os portugueses estão vivendo o crescimento dessa chamada extrema-direita com o Chega, que traduzem insatisfações das pessoas com o funcionamento do governo. É bom ter essa visão e poder ter esse tipo de debate e discussão, é extremamente proveitoso, não só para o mundo acadêmico, mas também para o mundo político", destaca.
O evento é aberto ao público e não há cobrança de bilhete. As inscrições podem ser feitas aqui.
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