Foram realizados 547 transplantes renais em 2023, incluindo 71 de dador vivo
Portugal realizou no ano passado 547 transplantes renais, dos quais 71 foram de dador vivo, indicou a Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN), salientando que o país tem a quinta maior taxa destes transplantes na Europa.
Os dados são divulgados num comunicado a propósito do Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação, que se comemora no sábado.
Segundo a SPN, o transplante de rim é o mais frequente em Portugal, onde em 2023 foram efetuados 547 transplantes, dos quais 71 de dadores vivos.
O país tem a quinta maior taxa de transplantes renais na Europa, com 49,01 transplantes por milhão de habitantes, de acordo com a SPN, que reporta dados de 2022, ano mais recente para o qual existe informação comparativa.
A SPN defende, em particular no que toca ao transplante de rim de dador morto, o alargamento das equipas de promoção de colheita na generalidade dos hospitais e a expansão dos programas de doação em paragem cardiorrespiratória.
Na década de 1980 foram feitos os primeiros transplantes com rim de dador morto, sucedendo-se transplantes de fígado, coração, pâncreas, pulmão, tecidos e células.
Já no que respeita a transplantes em geral, mais de 450 pessoas foram transplantadas no primeiro semestre do ano, segundo o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), que aponta para um aumento dos dadores vivos.
Nos primeiros seis meses deste ano foram registadas 41 dádivas em vida, para rim e fígado, mais cinco do que em período homólogo, segundo o organismo.
"A realçar esta tendência destaca-se, este ano, o segundo dador altruísta não dirigido em Portugal", ou seja, que doou o seu órgão sem recetor identificado, acrescenta o instituto.
O IPST salienta ainda que, em 2023, Portugal ocupou o 3.º lugar a nível mundial e o 2.º lugar na Europa em termos de dadores de órgãos, "consolidando o percurso evolutivo ao longo destes anos".
Segundo dados divulgados pela Sociedade Portuguesa de Transplantação, em 2023 registou-se um crescimento global de 15% de órgãos transplantados relativamente a 2022, que inclui 547 rins, 249 fígados, 87 pulmões, 52 corações e 28 pâncreas.
Os dados do IPST indicam que, em 2023, "foram colhidos 1.066 órgãos, mais 172 que em 2022, e foram transplantados 963 órgãos, mais 128 que em 2022".
O IPST, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Transplantação, assinalam no sábado o Dia Nacional da Doação de Órgãos e Transplantação. Instituído em 2019, comemora-se anualmente a 20 de julho, data em que se realizou em Portugal o primeiro transplante de órgãos, no caso um rim de dador vivo, em 1969, nos Hospitais da Universidade de Coimbra.
Este ano as comemorações terão lugar nas instalações do Estado Maior da Força Aérea em Lisboa.
Sob o tema "Celebrar a Vida: Transplante, Desporto e inovação para um futuro saudável", a iniciativa visa enaltecer os hábitos saudáveis fundamentais ao doente transplantado, acompanhando o constante progresso científico, mais especificamente a Inteligência Artificial.