Reportagem sobre incêndios em Arganil e Lousã, em agosto de 2025
Reportagem sobre incêndios em Arganil e Lousã, em agosto de 2025Leonardo Negrão

Fogo de Arganil concentra atenções da Proteção Civil. Duas frentes continuam ativas em Seia

Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil registava na sua página na internet quatro fogos ativos. Presidente da câmara de Seia revela preocupação com situação em Alvoco da Serra e Loriga.
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Cerca de 1.564 operacionais estão envolvidos no combate ao incêndio, que se iniciou em Arganil há 11 dias, no distrito de Coimbra, e que passou para outros concelhos, segundo a página da Proteção Civil.

O incêndio, que começou no dia 13, continua a ser a ocorrência mais significativa e que mobiliza mais operacionais e meios durante a tarde deste sábado, 23, regista a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Pelas 15:11, a ANEPC registava na sua página na internet quatro fogos ativos, o de Arganil e outros três em Arcos de Valdevez (início 09:14), Valpaços (início 13:16) e Viseu (início 14:12).

No total, pelas 15:11, havia 41 incêndios que mobilizavam 2.687 operacionais, 838 meios terrestres e 31 meios aéreos.

A maioria dos fogos estava em fase de resolução ou de conclusão.

Classificado como em despacho, a página da ANEPC registava, pelas 15:13, um incêndio em Pedrógão Grande, com alerta pelas 14:27, onde estavam 267 operacionais, 66 viaturas e nove meios aéreos.

Fonte do Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil de Leiria disse à Lusa, pelas 15:20, que "os meios estão em despacho", prevendo-se o corte do itinerário complementar 8, o que veio mesmo a confirmar-se.

Presidente da câmara de Seia preocupado

Duas frentes ativas têm estado a lavrar no concelho de Seia, nas localidades de Alvoco da Serra e Loriga, causando alguma preocupação, devido ao calor da tarde, disse à Lusa o presidente da Câmara.

Luciano Ribeiro explicou à Lusa que uma das frentes que continua ativa é a de Alvoco da Serra, onde estão "mais de 170 operacionais e meios aéreos".

“Foi realizada a defesa do perímetro da aldeia, mas a situação preocupa-nos enquanto o incêndio não estiver apagado”, sublinhou.

Reforçando que a preocupação é sempre “com as pessoas, bens e animais”, o autarca adiantou que o fogo está a ser debelado em frente às localidades.

“A outra frente ativa está numa zona inacessível, entre Portela da Selada [junto a Loriga] e a Torre, o que dificulta o combate”, disse Luciano Ribeiro.

O presidente da Câmara de Seia, no distrito da Guarda, revelou que existe a tentativa de colocar meios apeados nessa zona, embora a dificuldade seja elevada.

“Trata-se de uma zona de mato, sem população por perto. A tarde é quente e o vento incerto, o que requer um forte combate e muita vigilância, pois podem-se verificar projeções”, alertou.

Ao longo de mais de uma semana, o fogo que começou no Piódão, em Arganil, no distrito de Coimbra, estendeu-se ao concelho de Seia (distrito da Guarda), aos concelhos de Oliveira do Hospital e Pampilhosa da Serra (distrito de Coimbra) e aos concelhos de Castelo Branco, Covilhã e Fundão (distrito de Castelo Branco).

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Os fogos já provocaram quatro mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss, um helicóptero Super Puma e dois aviões Canadair.

Segundo dados oficiais provisórios, até 23 de agosto arderam cerca de 248 mil hectares no país, mais de 57 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.

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