Família que raptou e maltratou Jéssica acusada de violação
Mãe de Jéssica acusada do crime de homicídio qualificado, por omissão.
Os quatro elementos da família raptou e maltratou a menina de Setúbal que morreu em junho, Jéssica, foram acusados do crime de violação agravada pelo Ministério Público (MP), avança o JN.
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Os investigadores acreditam que os quatro arguidos, que se encontram todos detidos, introduziram droga no ânus da menina para fugir ao controlo das autoridades.
Os elementos dessa família, bem com a mãe da criança, foram esta quarta-feira acusados da prática dos crimes de homicídio qualificado (por omissão no caso da mãe de Jéssica), rapto, rapto agravado, ofensas à integridade física, tráfico de estupefacientes e violação.
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A Polícia Judiciária (PJ) anunciou na quinta-feira da semana passada a detenção de "duas pessoas suspeitas de estarem relacionadas com a morte de uma criança de 03 anos, ocorrida no passado mês de junho, na cidade de Setúbal, quando se encontrava aos cuidados da sua suposta 'ama'".
Pouco depois, fonte da PJ de Setúbal especificou que os detidos eram a mãe da criança e um homem de 28 anos.
A mãe de Jéssica, Inês Tomás, de 37 anos, e o padrasto tinham sido ouvidos pela Polícia Judiciária após a morte da menina, mas ficaram ambos em liberdade.
Os três primeiros detidos deste processo ficaram em junho em prisão preventiva: uma mulher de 52 anos a quem a mãe da criança devia dinheiro, inicialmente identificada como ama, o seu marido, com 58 anos, e a filha, de 27.
Os três foram detidos pela PJ por suspeita de homicídio qualificado, rapto, extorsão e ofensas à integridade física.
A morte da menina ocorreu depois de a mãe ter ido buscá-la a casa da suposta ama.
De acordo com a mãe, a filha esteve cinco dias ao cuidado da mulher e tinha sinais evidentes de maus-tratos, como hematomas, pelo que foi chamada a emergência médica.
A criança foi assistida na casa da mãe e transportada ao Hospital de São Bernardo, onde foi sujeita a manobras de reanimação, mas não sobreviveu aos ferimentos.
O coordenador da PJ de Setúbal, João Bugia, referiu na altura que a mãe foi enganada e levada a entregar a filha por conta de uma dívida de 400 euros que tinha para com a suspeita.
Nos cinco dias em que permaneceu na casa dos detidos, a criança terá sofrido maus-tratos severos.