As tatuagens podem ser prejudiciais para o sistema imunitário, comprometendo as defesas do organismo contra determinadas infeções ou tipos de cancro, alerta um estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.O estudo, liderado por Santiago F. González, do Instituto de Investigação Biomédica ligado à Universidade da Suíça italiana, indica que, após a tatuagem, a tinta espalha-se rapidamente pelo organismo e, em poucas horas, acumula-se em grandes quantidades nos gânglios linfáticos, órgãos vitais do sistema imunitário, noticiou esta quarta-feira, 26 de novembro, a agência noticiosa espanhola EFE."Dentro dos gânglios linfáticos, as células imunitárias conhecidas como macrófagos capturam ativamente todos os pigmentos, desencadeando uma resposta inflamatória em duas fases", explicou a universidade suíça em comunicado.A primeira fase aguda dura cerca de dois dias, mas a que se segue, "uma fase crónica”, pode “durar anos" e neste período o sistema imunitário fica enfraquecido, "aumentando potencialmente a [sua] suscetibilidade a infeções e cancro".Segundo os investigadores, os macrófagos não conseguem degradar a tinta, sobretudo a vermelha e a preta, como fariam com outros agentes patogénicos, o que leva à sua morte."Consequentemente, a tinta permanece nos gânglios linfáticos, num ciclo contínuo de captura e morte celular, afetando progressivamente a capacidade de defesa do sistema imunitário", conclui o estudo, citado pela EFE.O estudo foi realizado ao longo de sete anos por 12 grupos de investigação internacionais, refere o comunicado da universidade, adiantando que se estima que quase uma em cada cinco pessoas no mundo tenha pelo menos uma tatuagem.