Um estudante de 21 anos da Universidade Católica no Porto foi agredido na quarta-feira, 24 de setembro, por quatro jovens, estranhos à instituição, durante um evento de uma associação de estudantes, tendo sofrido lesões graves na face e olhos.A agressão, confirmada pela Universidade Católica Portuguesa (UCP) e por fonte da PSP, ocorreu por volta das 22:30, no interior do estabelecimento de ensino superior, quando um dos quatro alegados agressores terá importunado a namorada do estudante, situação que, segundo fonte próxima da família da vítima, desencadeou a agressão.A mesma fonte relata que o estudante, enquanto defendia a namorada, foi surpreendido por um segundo elemento que lhe fez um chamado “mata-leão” (manobra de estrangulamento), tendo, de seguida, sido atingido por um soco desferido por um terceiro elemento que o deixou inconsciente.Já caída no chão, a vítima foi pontapeada na zona da cabeça, “de forma brutal e desproporcionada”, pelos quatro jovens, refere uma nota enviada pela fonte próxima da família.Sem elementos de segurança no local, foram outros estudantes presentes no evento que, segundo a mesma fonte, intervieram e conseguiram travar os agressores.A vítima foi transportada de imediato para a Unidade de Saúde Local de Matosinhos, onde lhe foram diagnosticadas fraturas na face e lesões oculares graves.A PSP não foi chamada ao local na altura da agressão, mas a vítima já apresentou queixa às autoridades e realizou perícias no Instituto de Medicina Legal na sexta-feira.Apesar de vítima e agressores não se conhecerem, foi possível identificar dois dos quatros agressores, indica a nota esta terça-feira divulgada pela instituição, que considera a agressão "um ato de violência gratuita e desproporcionada”.Questionada sobre os acontecimentos da passada quarta-feira, a UCP confirma ter tomado conhecido dos factos, tendo “encaminhado o assunto para as autoridades policiais competentes” e iniciado, em simultâneo, um processo de averiguação interno.“A Universidade condena qualquer ato de violência e reitera que o seu campus dispõe de segurança em permanência. Estamos a acompanhar a situação de forma a garantir a colaboração com as autoridades e o apuramento dos factos. Manifestamos a nossa solidariedade para com o nosso estudante e já manifestamos à família a disponibilidade para a colaboração necessária”, refere a Católica em resposta à Lusa.A instituição não esclarece, contudo, se foram adotadas novas medidas de segurança na sequência deste episódio de violência, assinalando apenas, quando questionada, que “o campus dispõe de segurança permanente”. Contudo, e de acordo com fonte próxima da família da vítima, no decurso das agressões, a segurança do campus não apareceu ou interveio.Uma fonte da PSP confirmou que foi aberto um inquérito, tendo já sido identificados dois dos quatro suspeitos após queixa apresentada pela vítima. Até ao momento, a PSP não tem registo de qualquer queixa ou comunicação por parte da instituição de ensino superior.Contactada sobre o sucedido, a Associação de Estudantes da Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa (AEFDUCP) disse não compactuar, nem tolerar qualquer ato de violência, estando a acompanhar de perto a situação, a colaborar com as autoridades para o apuramento dos factos e a trabalhar em conjunto com a direção da UCP no âmbito do processo interno.