A Ducati 916 serviu de inspiração para a 7.ª geração da Panigale. Aqui, em primeiro plano, a moto do próprio Carl Fogarty, que venceu três Campeonatos do Mundo de Moto GP.
A Ducati 916 serviu de inspiração para a 7.ª geração da Panigale. Aqui, em primeiro plano, a moto do próprio Carl Fogarty, que venceu três Campeonatos do Mundo de Moto GP.Direitos Reservados

Ducati: Quase a fazer 100 anos, a marca de motos italiana vive o seu melhor momento

Um marco importante na história recente da Ducati foi o lançamento da 916 em 1994, desenhada por Massimo Tamburini, e com a qual, o piloto Carl Fogarty venceu três Campeonatos do Mundo de 'superbikes'.
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Longe vão os tempos em que a Ducati era sinónimo de motos europeias exóticas, com design e fiabilidade questionável. Quase a fazer um século, a marca com origem na cidade italiana de Bolonha ultrapassou as dificuldades ao longo dos anos, inovando (com a invenção do sistema de válvulas desmodrónico) e mantendo-se fiel à tradição dos seus motores em V. Em 2012, a Ducati foi comprada pela Audi, passando a integrar o Grupo Volkswagen, graças ao gosto pela marca do chairman Ferdinand Piëch. A Ducati está a viver o seu melhor momento, lidera o atual Campeonato do Mundo de MotoGP, que já tinha vencido em 2022 e 2023 em simultâneo com o de SBK.

O sucesso da marca nas pistas reflete-se naturalmente no lançamento de novas motos, como a mais recente Panigale V4 para satisfazer a procura pelo público aficionado da marca.

A 7.ª geração da Panigale foi alvo de um facelift dramático, com um farol inspirado na 916 e asas integradas, que reforçam a herança do MotoGP. Debaixo da carenagem redesenhada, um braço oscilante de dupla face mais leve substitui a unidade de face única, contribuindo para uma redução significativa do peso.

A Panigale V4 2025 é a mais recente versão deste modelo da marca. FOTO: Direitos Reservados.

No coração da Panigale V4 2025 está o motor Desmosedici Stradale 90° V4 derivado de MotoGP. Cumpre a norma Euro5 e produz a mesma potência do seu antecessor, mas pesa menos. O motor de quatro cilindros arrefecido a líquido de 1103cc produz 209cv de potência e 120Nm de binário.

Equipado com o escape Akrapovič, exclusivo para pista, a potência do motor pode atingir os 228cv.

A suspensão conta com uma forquilha Showa BPF de 43mm totalmente ajustável e um monoamortecedor Sachs.

O anterior sistema de travagem Brembo Stylema também foi substituído por novas pinças Hypure de quatro pistões e discos de 330mm.

Carlos T. López Panisello assumiu no início deste ano a direção-geral da Ducati Portugal e da sua congénere em Espanha, mas distingue muito bem as diferenças entre o cliente dos dois lados da frontrira. FOTO: Direitos Reservados.

Em 2024, o Grupo Volkswagen decidiu restruturar a distribuição da marca na Península Ibérica e nomeou Carlos T. López Panisello para novo diretor-geral da Ducati para Portugal e Espanha. O DN/ Motor 24 aproveitou a passagem de Panisello pelo concessionário da marca em Lisboa, para ficar a saber a importância que tem para marca a entrada no motocross, e que uma Ducati elétrica poderá ser uma realidade no futuro.

Há quanto tempo está na Ducati?
Estou desde maio de 2023 no Grupo Volkswagen, que assumiu a distribuição da Ducati em Espanha e Portugal em 1 de janeiro de 2024, embora eu tenha começado um pouco mais cedo a preparar todo o trabalho.

Quais são as diferenças que encontrou em Espanha e Portugal no modo de funcionamento da Ducati?
Antes, a distribuição em Espanha e Portugal era gerida por um importador privado chamado Desmodron, e agora é gerida diretamente pelo Grupo Volkswagen, que, por sua vez, é proprietário da Ducati desde 2012, através da Audi. Por isso, o maior desafio tem sido adaptar os processos que já temos na empresa de distribuição do Grupo Volkswagen em Espanha, também às motos.

O painel digital da nova Panigale, com perto de 7", usa uma tecnologia especificamente desenvolvida para permitir a máxima legibilidade, mesmo durante o dia. FOTO: Direitos Reservados.

Qual é a estratégia para o mercado ibérico?
A estratégia consiste em tirar partido do facto de a marca se encontrar no melhor momento da sua história, do ponto de vista do produto, do design, da tecnologia e da inovação. Tirar partido de todas as sinergias do Grupo Volkswagen, como a estreita colaboração com a Volkswagen Financial Services, que é a empresa financeira do Grupo Volkswagen, e tirar partido de toda a experiência do Grupo Volkswagen España, que distribui automóveis há muitos anos. O Volkswagen Group España é uma empresa muito grande, com muitos anos de experiência na distribuição de automóveis e na gestão da relação com os concessionários, e este é um trunfo que nos ajuda a trabalhar o mundo das motos de uma forma eficiente e profissional.

Quais são as diferenças entre os mercados espanhol e português?
Para nós, são mercados diferentes. De facto, desde o início que quisemos diferenciar que somos a Ducati Espanha e Portugal, e não a Ducati Ibérica, porque para nós são dois países diferentes, com duas línguas diferentes, duas legislações diferentes, dois sistemas fiscais diferentes e dois tipos de clientes diferentes. Desde o início que quisemos ser muito sensíveis para dizer: aqui tenho o cliente espanhol, aqui tenho o cliente português, e querem coisas diferentes. Na realidade, o cliente português é ainda mais exclusivo, quer um produto, no caso da Ducati, mais único, com mais edições limitadas, tem uma perceção da Ducati como ainda mais premium e valoriza mais um produto com um acabamento muito elevado do que em Espanha. De facto, em Portugal vendemos motos cujo preço médio é mais elevado do que em Espanha.

Motor24

Leia a entrevista completa em: motor24.pt

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