Investimento em habitação é uma das bases da mudança.
Investimento em habitação é uma das bases da mudança.Leonardo Negrão

Do medo à paz no bairro da Bela Vista: habitação, polícia de proximidade e moradores a decidir

“É o falar com as pessoas, ir ao café, falar com as pessoas diariamente, um bom dia, uma boa tarde, enfim, falamos com as pessoas”, diz um dos polícias da localidade.
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Há cerca de 15 anos, andar pelo conjunto de bairros da Bela Vista, em Setúbal, era sinónimo de medo. Os conflitos eram constantes, a criminalidade causava distúrbios e ataques à polícia. Cocktails molotov nas mãos de rapazes e raparigas incendiavam ruas e carros. Nos grafites e pichações dos muros as mensagens eram gritos de revolta. As entregas na localidade não eram realizadas. Todo este clima acontecia no meio de um bairro onde as habitações precárias predominavam, sem infraestruturas de convívio, mal iluminado, com jardins, praças e áreas verdes também ausentes. Passados esses 15 anos, o cenário mudou. Num bairro que estava a ferro e fogo, nas notícias sempre de forma negativa, hoje o medo não é mais a regra: está pacificado e sem focos de criminalidade, assegura a Polícia de Segurança Pública (PSP) ao DN.

Mas, como ocorreu esta ampla transformação, que há alguns anos parecia um sonho distante? Para saber, o jornal foi até o bairro conviver com os que lá residem e trabalham para perceber, in loco, qual o segredo. Em boa verdade, não é um segredo nem uma fórmula nova, mas só tem sucesso se for bem aplicada e com ajuda de todos: habitação digna aos moradores, cuidado com os espaços públicos, polícia de proximidade, oportunidade aos jovens e colocar a comunidade no centro das decisões, partilhando o poder de escolher o futuro do bairro e dos que fazem o bairro: os moradores, das várias idades, etnias e visões de mundo, unidos pelo desejo em conviver em paz e prosperidade.

No encontro anual dos moradores, são eles quem decidem.
No encontro anual dos moradores, são eles quem decidem.Paulo Spranger

Tudo começou por esse desejo, que tomou forma em 2012, quando foi criado o programa “Nosso bairro, Nossa cidade”, base do que o vereador da Câmara Municipal de Setúbal Carlos Rabaçal, da CDU, chama de “uma revolução social”. A iniciativa abrange a Bela Vista, a Alameda das Palmeiras, o Forte da Bela Vista, as Manteigadas e a Quinta de Santo António. Os piores tumultos de 2009 já haviam passado, mas os moradores ainda enfrentavam inúmeros problemas, porém também eram portadores de soluções.

Elisa Correia é uma das moradoras que está no projeto desde o início. “Foi uma grande mudança no bairro, a partir do senso de comunidade que foi criado. As pessoas passaram a sentir-se ouvidas, importantes, é assim que deve ser”, diz ao DN a moradora, que caminhou pelas ruas com a reportagem do DN e outros membros do “Nosso bairro, Nossa cidade”. Segundo Elisa Correia - que acaba de voltar ao apartamento após reforma completa - os moradores não só sentem ouvidos, como, de facto, são ouvidos. As reivindicações passaram a ser atendidas.

Elisa e as companheiras do grupo.
Elisa e as companheiras do grupo.Leonardo Negrão

Luís Matos, presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião - nascido e criado na zona - reconhece que, antigamente, houve um distanciamento com a comunidade. “A própria autoridade tinha dificuldade em relacionar-se com as pessoas, precisamente porque houve um afastamento durante décadas das estruturas que gerem os territórios, nomeadamente aqui a Bela Vista e Setúbal, para quem tem a decisão de gerir também o território de mobilidade administrativa, que era o nosso caso. E a transformação foi brutal”, explica ao DN o presidente da junta, entre conversas com os moradores que o abordam para cumprimentos e pedidos.

“Metemos as pessoas a decidir, a envolverem-se na transformação também da própria qualidade do território, do espaço público e zonas envolventes. Nós hoje temos, por exemplo, na Junta de Freguesia, fizemos questão disso, de envolver as pessoas na higiene do próprio bairro. São trabalhadores que são os trabalhadores da Junta de Freguesia, que limpam os bairros e mantêm os espaços verdes. Portanto, são elas próprias que têm essa responsabilidade”, ressalta Luís Matos.

De acordo com o presidente, outra base da mudança está nas relações entre a comunidade. “Este trabalho transformador é um trabalho comunitário, que tem vindo a ser desenvolvido por nós, mas na transformação primeiro, da relação como as pessoas entre si, os concidadãos do próprio bairro, e depois, da forma como vêm as estruturas, que ao fim e a cabo foram dando apoio para essas transformações, como a própria Polícia de Segurança Pública, que tem um papel fundamental nesta transformação. E tudo é decidido em conjunto com os moradores”, detalha Luís Matos.

As reuniões entre os líderes dos prédios e bairros, divididos em comissões, são periódicas. O grande momento é sempre o encontro anual, o último ocorrido em janeiro, em que todos os moradores reúnem-se para decidir as prioridades e conviver. O DN acompanhou a reunião deste ano e viu os moradores a chegar com lanches para o convívio no intervalo das decisões e sorriso no rosto.

Vereador Carlos Rabala, presidente da Junta Luís Matos e "dona Domingas", uma das mais antigas moradoras da zona e ativa na comunidade.
Vereador Carlos Rabala, presidente da Junta Luís Matos e "dona Domingas", uma das mais antigas moradoras da zona e ativa na comunidade.Leonardo Negrão

A mudança no olhar de várias gerações

Domingas Rocha, outra líder ativa na comunidade, mora na zona há 46 anos e lembra o dia exato em que chegou: 02 de agosto de 1979. Viu todas as transformações no bairro nestas quase cinco décadas. “Agora a situação está boa. Temos conseguido falar com moradores, conseguir aconselhar, chamar a atenção por isto, por aquilo. Antes não conseguíamos conversar com todos”, conta dona Domingas, como é conhecida por todos. Diz ser “pau para toda obra” e estar sempre disponível para falar com as pessoas.

Ildefonsa Oliveira, outra integrante do programa, vê a iniciativa comunitária de forma parecida com a companheira. “Sinto-me bem aqui. O programa é super, super importante, porque independentemente de nos dar vida, conseguimos também puxar as outras pessoas que ficam muito sozinhas dentro de casa para virem também ao convívio”, comenta Ildefonsa Oliveira.

Este convívio é realizado de diversas formas. Foram construídos nos últimos anos espaços comunitários para realização de atividades conjuntas diversas. Passam as tardes a tricotar, a promover oficinas, a cuidar da saúde, a cortar cabelos, a planear eventos, como o Dia da Mulher no próximo sábado, 8 de março, e a programação da Páscoa nos bairros. Também são planeadas iniciativas como as férias no bairro para as crianças, as festas populares de verão e ações que promovam o convívio comunitário entre todos, desde jovens aos idosos. “As pessoas têm que estar ocupadas porque chega uma certa idade que se as pessoas não estiverem ocupadas acabam indo mais cedo do que o previsto. E mesmo para os jovens também. Os jovens têm que estar ocupados para não irem para caminhos errados ou caminhos não muito bons”, avalia Ildefonsa Oliveira.

Os moradores decidem o futuro do bairro.
Os moradores decidem o futuro do bairro.Leonardo Negrão

Nestes espaços, as participantes do programa sublinham um detalhe importante: são os próprios moradores que cuidam e possuem a chave, ou seja, assumem a responsabilidade pela organização, gestão e limpeza. Alguns destes moradores com responsabilidades são jovens, que cresceram na localidade e viveram a transformação do bairro. Paulo Santos, 24 anos, é uma destas pessoas com participação ativa no “Nosso bairro, Nossa cidade” desde o início. “Havia muitos problemas, problemas com a polícia também. Hoje está muito melhor, graças à união dos moradores e também melhorou com a construção de mais habitações”, avalia.

Paulo Santos pontua que também houve melhoria na vida das crianças, que estão a crescer numa zona mais saudável. Ao mesmo tempo, confessa que gostava de ver mais juventude envolvida na comunidade e que há jovens não integrados e por “caminhos errados”.

De acordo com o vereador Carlos Rabaçal, uma das metas deste ano do programa é conseguir mais participação da juventude local, compromisso destacado no último encontro de moradores. Esta preocupação é assumida por todos, não só para evitar que caiam nos tais “caminhos errados”, mas que também garantam a continuidade do programa, traduzindo o cliché de que os jovens e crianças são, de facto, o futuro. “É importante essa renovação, que eles tragam energia. Hoje nós estamos e acho que é uma coisa que não pode morrer. E tem que realmente os jovens a continuar, quando a gente não poder mais, a juventude é que vai dar sequência ao que se faz cá”, analisa Ildefonsa Oliveira.

Para o presidente da junta Luísa Matos, eleito pela CDU, “as crianças e jovens são o futuro disto tudo”, além da mudança de mentalidade, a aposta é em construir “espaços culturais, desportivos, de entretenimento, recreação e lazer” na localidade, acessível a todos. “Era algo que não existia cá há alguns anos, foi uma transformação brutal”, comenta Matos.

O sonho da música tornou-se uma realidade

O estúdio é gerido e utilizado pelos jovens da zona.
O estúdio é gerido e utilizado pelos jovens da zona.Leonardo Negrão

Uma destas apostas em espaços de recreação mistura também o sonho musical e a qualificação profissional. Trata-se do estúdio NBNC, construído na altura da pandemia. Criado com materiais de última geração, pode ser utilizado livremente pelos moradores, que também gerem o espaço, coordenado por Nuno Santos. Quando o DN visitou o local, o jovem Taiano Silva, de 19 anos, escrevia uma música de improviso que iria gravar a seguir com um amigo no teclado. “Para nós, da comunidade cigana, a música é algo muito natural, está mesmo dentro de nós”, assinala. Os jovens recebem formação para operar os equipamentos, e, se quiserem, seguirem carreira profissional nesta área.

Em 2024, o estúdio envolveu 114 moradores, entre artistas e acompanhantes, dos quais 24 usam frequentemente o estúdio, com nomes como Yomer Rodríguez, 90´s, Peonya, Samoa Mc, Sheg, Gizza, Adérito, Da45, Dinho, Dks, Ds Beats, LDM, Lil Ary, Noddy, Railson, Rdp 360. Foram realizadas 300 sessões e gravados mais de 100 temas. O estúdio passou a ser também uma referência para músicos, sendo utilizado por artistas de outras zonas de Setúbal e também de Lisboa. Além das gravações em voz, o sítio está equipado para edição de videoclipes para o Youtube e redes sociais. O estúdio é considerado pelos moradores como uma iniciativa importante para os jovens, que podem alcançar de maneira mais fácil o sonho de serem artistas profissionais. “Temos muito orgulho deles”, destaca Carlos Rabaçal.

Ao lado do estúdio existe uma ampla sala multiusos, utilizada também no apoio para a gravação de videoclipes, apresentações de dança e teatro. Aulas, cursos, ensaios e sessões fotográficas também são realizadas na sala. No ano passado, cerca de 600 pessoas participaram das atividades.

Polícia de proximidade

"Proximidade" é a palavra para a PSP da localidade.
"Proximidade" é a palavra para a PSP da localidade.Leonardo Negrão

A esquadra local fica no coração do bairro da Bela Vista. O que já foi um alvo de ataque, hoje é visto como um local de apoio e segurança - exatamente como é a missão da PSP. Jorge Guerreiro, chefe adjunto da esquadra, é polícia há quase 30 anos e está na localidade desde 2015. Ao DN, relata a diferença do bairro desde então. “A principal diferença, eu vejo isso pelo sentimento que as pessoas têm. Têm um sentimento de segurança muito maior. Sentem-se mais à vontade para circular no bairro, andar à vontade. Mesmo amigos meus que conheceram antigamente dizem que agora já conseguem vir cá dentro do bairro e antigamente evitavam isso”, conta Guerreiro.

De acordo com o polícia, “existem acontecimentos esporádicos”, que vê como “inevitáveis em qualquer sítio” do país. “A forma como nós tratamos isso e a forma da evolução, a consequência desses atos diminui drasticamente, o que não acontecia antigamente”, acrescenta. Guerreiro dá como exemplo que na localidade aconteciam tumultos como reflexo de atos em outras zonas de Portugal, mas, “já não acontece”. Mesmo recentemente, quando a região de Lisboa teve tumultos após a morte de Odair Moniz, no bairro Zambujal, na Bela Vista, nada aconteceu.

Há uma razão para isso, explica o chefe adjunto. “Houve muito trabalho, quer da polícia, quer da comunidade. Pessoas do nosso bairro andaram também a falar com as pessoas. O nosso contacto com a população agora é diferente, que chega ao ponto das pessoas quererem que tudo funcione bem e que não haja estragos no nosso bairro, em que nós pertencemos também à comunidade”, argumenta.

Para o profissional, uma palavra resume tudo: proximidade. “É o falar com as pessoas, ir ao café, falar com as pessoas diariamente, um bom dia, uma boa tarde, vamos às esquinas, enfim, falamos com as pessoas do bairro”, destaca. De acordo com Miguel Fernandes, chefe da esquadra, esse tipo de policiamento é uma prioridade, mesmo em meio ao alto volume de trabalho - não por causa de crimes do bairro - mas porque a zona de atuação “é muito grande” e vai “desde a Linha de Caminhos do Ferro para Nascente, até chegar à área da Guarda Nacional Republicana (GNR)”. A esquadra possui cerca de 53 profissionais. O chefe da esquadra assegura que na Bela Vista “não há grandes índices criminalidade, nem furtos”, sendo as ocorrências fora da zona. “O que acontece é que muitas pessoas veem que há um crime em Setúbal e logo associam à Bela Vista, mas essa perceção também está a diminuir”, confirma o chefe da esquadra.

Segundo Fernandes, o trabalho é feito em diálogo estreito com as autoridades municipais e a comunidade. Por exemplo, as melhorias no prédio onde funciona a esquadra contam com apoio da junta e da câmara. Para o chefe, é importante que os polícias “também tenham boas condições de trabalho, que refletem no serviço prestado”.

Os profissionais analisam que hoje, as pessoas “não têm mais medo da polícia, em especial os jovens”. Novamente, proximidade é a palavra. “As pessoas percebendo que nós somos sensíveis aos problemas de cada um, ou de cada rua, ou de cada prédio, tornam-se também mais próximas a nós e nos respeitam, vem até nós pedir auxílio.

Luís Assis é também polícia na esquadra e a atua mais diretamente em ações nas escolas. O profissional considera esse trabalho como essencial para manter a paz. “Temos de trabalhar muito neste aspeto ainda. Isto é um trabalho que vai durar muito tempo, mas é um trabalho que não podemos nos afastar. Porque se desligarmos completamente agora e voltarmos mais tarde, estamos a voltar ao princípio outra vez. Nós, nesta fase, estamos a semear, estamos a investir muito nisso, que é uma forma também de prevenir a criminalidade”, ressalta Assis, que atua na localidade há cinco anos. Segundo o polícia, a mensagem passada às crianças é que todos possuem responsabilidades. “Nós nos podemos furtar às responsabilidades que cada um de nós tem na sociedade. E através do programa que eu também supervisiono, ao nível das escolas, temos essa preocupação de fomentar muitas ações de sensibilização, quer seja do bullying, da violência no namoro, todas as situações que depois possam levar à uma escalada, para nós é uma forma de prevenção”, analisa o polícia.

Para o chefe da esquadra, é importante destacar o investimento no bairro. “Não vou entrar por questões políticas, mas o investimento é visível. E isso certamente faz com que os moradores se sintam também valorizados e queiram contribuir mais para a solução e não tanto para os problemas.

A habitação encarada como um direito e conquista de Abril

Prédios estão em remodelação completa, com recursos do PRR.
Prédios estão em remodelação completa, com recursos do PRR.Leonardo Negrão

Quem anda pelo bairro pode ver com os próprios olhos que a “revolução social na zona” é, literalmente, construída tijolo a tijolo. O som das obras é audível em todo o lado. Nos andaimes, pessoas de várias nacionalidades põem a mão na massa e pintam com cores vibrantes, como o laranja e o rosa, os prédios em remodelação, com grandes máquinas que ajudam no trabalho, seja de construção de mais fogos ou de requalificação dos prédios já existentes. Segundo Carlos Rabaçal, os projetos também foram construídos com a participação da comunidade, que apresentaram as demandas e também deram sugestões.

A habitação, nesta zona, é encarada, acima de tudo, como um direito. De acordo com Rabaçal, é também vista como “uma conquista de Abril, importante de assinar nestas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril”.

A Câmara Municipal de Setúbal apostou em candidaturas ao Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), fundo europeu que financia as obras e a transformação na paisagem dos bairros. A iniciativa está inserida na “Estratégia Local de Habitação (ELH) do concelho de Setúbal 2020-2030”, com objetivo de “qualificação do concelho, do reforço da sua coesão social e competitividade territorial”.

De acordo com dados oficiais da Câmara Municipal de Setúbal, estão em reabilitação cerca de 800 fogos, com previsão de entrega ao longo deste ano e mais de 600 em 2026. Os recursos do PRR vieram socorrer uma demanda antiga do bairro, porque os projetos já existiam há anos, faltavam os recursos financeiros. Para o presidente da junta, a estratégia de investir em habitação digna “é prioritária para continuar essa melhoria nos bairros, isto é tudo uma redundância, deste processo de transformação”.

Luís Matos também quer desmistificar a ideia de “bairro social”, por considerar que não faz sentido e que está associada a estigmas. “O que é um bairro social? As pessoas não moram em prédios, não convivem, são anti sociais?”, questiona o líder local.

Ao mesmo tempo, admite que desenvolver a requalificação “não é fácil”, mas que as reações já são melhores. “Não é fácil retirar as pessoas da sua zona de conforto, colocá-las em alojamentos temporários e passado até nove meses voltarem a sua casa e verem durante esse tempo todo, não é fácil. Nós conseguimos agora, com o exemplo que estas próprias pessoas testemunham e dão, conseguimos estimular e promover uma reação muito menos negativa, trabalhada com técnicos da Câmara Municipal, dá uma diferença brutal”, argumenta o presidente da junta.

Luís Matos explica que, diferente de outros programas, a revitalização dos prédios é completa, internamente e externamente. De acordo com os técnicos locais, é necessária “muita confiança” para que as pessoas deixem suas casas por meses e vivam em alojamentos temporários enquanto a obra está em curso.

Muitos deles brincam e não reclamam de estarem nos containers. “Cá temos ar condicionado, queremos nas casas também”, riem-se. Uma das medidas importantes na criação dos blocos de moradia temporária é que sejam o mais perto possível dos prédios, para que os moradores não sintam-se distantes das suas casas e possam ver o andamento da obra. Carlos Rabaçal não tem dúvidas de que o programa comunitário é essencial para a confiança em ficar tanto tempo fora de casa para as obras.

Há uma piada entre os locais de que o lado negativo desta mudança é que a alta dos preços já chegou na Bela Vista. “Há apartamentos à venda por mais de 120 mil euros”, riem-se, confiantes em um futuro ainda melhor e cada vez mais distante do passado.

amanda.lima@dn.pt

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