Luís Carrilho diretor nacional da PSP.
Luís Carrilho diretor nacional da PSP.FOTO: LEONARDO NEGRÃO

Diretor nacional da PSP reafirmou a confiança no polícia que baleou Odair Moniz

Luís Carrilho lembrou que "o princípio da presunção da inocência se aplica a todos".
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Luís Carrilho, diretor nacional da PSP, voltou esta sexta-feira "a reafirmar a confiança" no agente da PSP que baleou Odair Moniz na Cova da Moura, Amadora, e referiu que "o princípio da presunção da inocência se aplica a todos".

Luís Carrilho falou à margem da cerimónia da campanha "Sem Consentimento", lançada a propósito do Dia Internacional da Mulher, e no dia em que a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) anunciou a suspensão preventiva do agente acusado de homicídio.

"É sempre de lamentar a morte de qualquer pessoa, mas queremos também reafirmar a confiança no nosso polícia, da mesma forma que acreditamos no funcionamento da Justiça", disse o diretor nacional da PSP, acrescentando ainda que "é muito importante que haja independência na investigação e independência no julgamento". "O julgamento faz-se dentro das paredes do tribunal", disse ainda.

Luís Carrilho diretor nacional da PSP.
IGAI confirma processo disciplinar contra agente acusado de matar Odair Moniz

Na sequência do inquérito instaurado pela IGAI, foi determinada a abertura de um processo disciplinar contra o agente da PSP e a sua suspensão preventiva.

A abertura de um processo disciplinar já tinha sido avançada pelo jornal Expresso esta quinta-feira e hoje a IGAI confirmou a proposta feita e aceita pelo Ministério da Administração Interna. Na resposta enviada à Lusa, a IGAI explicou que o inquérito foi concluído no dia 27 de fevereiro e que o processo disciplinar agora aberto "tem natureza secreta".

Esta decisão junta-se à já determinada pelo Tribunal da Amadora, conhecida na semana passada, a propósito do agravamento das medidas de coação.

Depois de ouvido o agente da PSP, que não quis prestar declarações, o tribunal decidiu pela suspensão de funções.

Na acusação deduzida no passado mês de janeiro, o Ministério Público pediu que, além do termo de identidade e residência, fosse também aplicada a medida de coação de suspensão de funções na PSP, por existir uma elevada possibilidade de "perigo de perturbação da ordem e tranquilidade públicas".

O agente da PSP agora acusado do crime de homicídio estava de baixa médica e ainda não tinha data para regressar ao trabalho, sabendo-se apenas que tinha sido transferido da esquadra onde trabalhava no momento em que baleou Odair Moniz, a 21 de outubro de 2024.

Segundo a acusação, a que a Lusa teve acesso, Odair Moniz - cidadão cabo-verdiano de 43 anos residente no vizinho Bairro do Zambujal -- tentou fugir da PSP e resistir à detenção, mas não se verificou qualquer ameaça com recurso a arma branca, contrariando o comunicado oficial divulgado pela Direção Nacional da PSP, segundo o qual o homem teria "resistido à detenção" e tentado agredir os agentes "com recurso a arma branca".

A próxima fase deste processo é o julgamento, uma vez que a defesa decidiu não pedir a abertura de instrução.

"Após consulta e exame dos autos, entendemos que o processo deverá transitar para a fase de julgamento", disse à Lusa Ricardo Serrano Vieira, advogado do polícia.

O MP pediu também a extração de certidão para investigação autónoma da alegada falsificação do auto de notícia da PSP, considerando que o mesmo "padece de incongruências e de inexatidões" relativamente à sua autoria e às horas a que foi elaborado.

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Caso Odair. Agente da PSP vai ser suspenso durante a fase de julgamento

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