Direção Nacional da PSP abre inquérito a desfile e manifestação junto ao Capitólio
A Direção Nacional da PSP anunciou esta terça-feira a abertura de um processo de inquérito à Inspeção da Polícia de Segurança Pública para "apurar as circunstâncias em que decorreu o desfile e concentração junto ao Capitólio", no Parque Mayer, em Lisboa, onde esta segunda-feira se realizou o debate entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro, líderes do PS e Aliança Democrática (AD), respetivamente.
De acordo com o comunicado da Direção Nacional, o objetivo é "confirmar a eventual participação de polícias da PSP no referido desfile e concentração", de forma a "apurar eventual responsabilidade disciplinar". Esta autoridade esclarece ainda que irá elaborar o Auto de Notícia "a narrar estes factos", com a finalidade de enviá-la para o Ministério Público.
Ainda segundo a mesma nota, a manifestação dos agentes da PSP realizado durante a tarde desta segunda-feira na Praça do Comércio, em Lisboa, marcada pela plataforma que representa os vários sindicatos da Polícia de Segurança Pública (PSP) e associações socioprofissionais da Guarda Nacional Republicana (GNR) decorreu "dentro dos limites legais e com civismo", sem registo de qualquer incidente.
No entanto, ainda segundo o comunicado da Direção Nacional, "uma parte dos manifestantes" decidiu depois, "fora do quadro legal que regula o direito à reunião e manifestação", iniciar um desfile por várias ruas da cidade de Lisboa até à zona do Capitólio, onde concentraram durante o debate para as eleições legislativas. Pois bem, é aqui que reside o problema, pois como confirma o comunicado, "não existiu qualquer comunicação à Câmara Municipal de Lisboa, obrigando ao corte inopinado de várias artérias da cidade".
Ao contrário da manifestação na Praça do Comércio, organizada pela plataforma que congrega os sindicatos da PSP e associações da GNR, o protesto junto ao Capitólio foi marcado nas redes sociais pelo 'movimento inop' e não tem a participação da plataforma sindical.
Muitos dos polícias que se concentraram no Capitólio foram desmobilizando ao longo do debate, mas alguns ainda se mantinham no local cerca das 22:00.
Os elementos da PSP e da GNR estão em protesto há mais de um mês para exigir um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária.