Entramos em 2026 com uma lufada de otimismo para as Forças Armadas nacionais. O maior investimento de uma só vez - 5,8 mil milhões de euros - em equipamentos estruturantes para o sistema de forças, tecnicamente escolhidos pelo Exército, Marinha e Força Aérea, vão reforçar a Defesa Nacional, através do programa SAFE, um financiamento especial europeu. Com envolvimento da indústria nacional e o efetivo finalmente a começar á inverter o ciclo de queda, o Governo e os Chefes dos Ramos têm motivo de confiança. Mas para cada oportunidade há também responsabilidade e dever de transparência nas decisões. Porque a confiança dos cidadãos assim o exige.Nuno Melo, ministro da Defesa NacionalConstruindo as Forças Armadas do futuroO início do ano 2026 confirmará as pessoas, os homens e mulheres ao serviço das Forças Armadas, como a prioridade do mandato do Ministério da Defesa Nacional. Em Janeiro acontecerá um novo aumento do Suplemento da Condição Militar, reforçando-se o quadro retributivo de Oficiais, Sargentos e Praças e entrará em vigor uma nova comparticipação na compra de medicamentos pelos Antigos Combatentes, que assim os terão totalmente gratuitos. Em 2026 serão também subscritos os contratos que permitirão o maior programa de investimento conjugado em democracia nas Forças Armadas, abrangendo todos os domínios, Espaço, Terra, Mar e Ar. Por via deles, 5.8 mil milhões de Euros do Safe serão mobilizados para a aquisição de fragatas, veículos blindados e outros, satélites, meios de defesa antiaérea, reservas de munições, radares e drones, fundamentais para o cumprimento cabal de Missões militares e de apoio à população civil, dentro e fora de fronteiras.. A escolha dos equipamentos coube a um Grupo de Trabalho constituído por representantes do Estado-Maior-General das Forças Armadas, Marinha, Exército, Força Aérea, Secretaria-geral do Ministério da Defesa Nacional, Direção-geral de Política de Defesa Nacional, Direção-geral de Armamento e Património da Defesa Nacional e da idD Portugal Defence. Por seu lado, as opções tiveram coerentemente em consideração o Sistema de Forças, os compromissos NATO, o documento “Visão estratégica Militar para as Forças Armadas Portuguesas 2022 / 2024” aprovado em Conselho de Chefes, o ciclo de vida, especificidades logísticas e tecnológicas e prazos de entrega.Relevando o actual contexto geopolitico e a necessidade de reforço do Pilar Europeu de Defesa da NATO, os projectos selecionados, assentarão em relações Estado a Estado, como imposto no referido instrumento financeiro, fixando parcerias com Itália, França, Finlândia, Alemanha, Espanha e Bélgica.Em 2026, outros contratos serão celebrados para que a Economia Nacional beneficie como poucas vezes no passado, do esforço de modernização das Forças Armadas. Em causa não estará apenas a compra de equipamentos, mas sim de ciclos de vida, com empresas portuguesas a serem envolvidas na respectiva produção e/ou manutenção. O Arsenal do Alfeite terá o maior investimento dos últimos 50 anos, em acções de dragagem, equipamentos, infraestruturas e formação de pessoal, devolvendo-se-lhe a capacidade de prestar serviços à Marinha e de operar no mercado, com capacidades do século XXI.Em Portugal será criada uma empresa que produzirá veículos blindados de última geração, nascerá uma fábrica que devolverá ao país a capacidade de produzir munições e outra que terá o espaço como destino, produzindo satélites.Também em 2026, espera-se, ficará definida a possibilidade de instalação de uma unidade industrial em Beja, que produzirá aviões militares “de A a Z”, não apenas reforçando o cluster aeronáutico, mas assegurando a par, um forte e positivo impacto social no interior do país. Centenas de postos de trabalho serão criados, com salários acima da média e contributo relevante para o PIB.Em 2026 continuaremos ainda a recuperar edifícios devolutos que serão reconvertidos em habitações de baixo custo para a família Militar, a investir no Hospital das Forças Armadas e a recuperar património histórico.Simultaneamente, aumentarão as Missões ao serviço da NATO, ONU, UE e Frontex, para que os jovens militares portugueses corram mundo e partilhem experiências, enquanto defendem os valores da democracia e da liberdade em 4 continentes.Numa desejada relação de cauda e efeito, espera-se que 2026 confirme finalmente a inversão da queda dos números de recrutamento e de retenção dos militares nos 3 Ramos das Forças Armadas, começada em 2024 e 2025. Trabalhamos, para que as Forças Armadas portuguesas estejam à altura dos desafios do presente e do futuro, valorizando a Condição Militar e construindo o futuro.General Eduardo Mendes Ferrão, Chefe do Estado-Maior do ExércitoAntecipar 2026 para a Defesa de PortugalO Exército entra em 2026 com uma certeza: a prontidão não se proclama, demonstra-se!No atual contexto estratégico, a prioridade é reorganizar e modernizar para atingir uma capacidade real, sustentada e fiável, de acordo com os compromissos assumidos por Portugal no âmbito da OTAN e das necessidades decorrentes do novo Sistema de Forças Nacional. . Este caminho integra-se na visão e no conceito da Força Terrestre 2045, uma força tecnológica, moderna e flexível, com mais mobilidade, poder de fogo e capacidade de comando.A dimensão humana será decisiva. Recrutar, qualificar e manter militares motivados, com uma liderança firme, próxima e responsável, capaz de alinhar a exigência operacional com elevados níveis de coesão, de disciplina e de bem-estar. Treinar com realismo, certificar forças e garantir padrões de segurança e interoperabilidade, são condições para a nossa afirmação junto dos nossos aliados como um parceiro credível. O próximo ano exigirá rigor e accountability, com a chegada dos novos sistemas não tripulados, viaturas táticas médias e o primeiro helicóptero Blackhawk. Haverá continuidade nas iniciativas no âmbito da Inovação onde o ARTEx26 (campanha europeia de Experimentação Operacional), vai assumir uma relevância acrescida com a ligação ao ecossistema europeu de inovação (HEDI), acelerando o ciclo “testar–treinar–certificar” e aproximando a inovação ao emprego operacional.Este esforço vai requerer investimento, sendo fundamental a revisão da Lei de Programação Militar, a expansão do orçamento do Exército e o cumprimento das metas de 2% e 3,5% do PIB. Requalificar infraestruturas é imperativo, tal como a expectativa de revisão do EMFAR e das propostas para melhoria dos suplementos, reforçando condições e atratividade da carreira.Em 2026 o Exército reafirma a sua vocação e o compromisso: pronto para servir Portugal, preparado para combater.Antecipar 2026 é garantir que a defesa começa hoje.Almirante Jorge Nobre de Sousa, Chefe do Estado-Maior da ArmadaConsolidar projetos estruturantes da Marinha PortuguesaA Marinha vive um ciclo de transformação, com exigências operacionais crescentes, num contexto internacional volátil e de grandes desafios. Neste quadro, o ano de 2026 será muito relevante, pela consolidação de projetos estruturantes e pela necessidade de responder eficazmente às missões.. Em termos de reequipamento, materializa-se, em 2026, o Instrumento SAFE, com a adesão aos programas europeus visando a edificação de capacidades militares prioritárias: fragatas de nova geração, viaturas blindadas ligeiras para os Fuzileiros e sistemas aéreos não tripulados. A Marinha encontra-se focada na concretização desta oportunidade, com enorme potencial transformacional.O ano de 2026 assinalará, também, a chegada da plataforma multipropósito D. João II, que funcionará como navio-mãe de sistemas não tripulados, laboratório de experimentação operacional e elo entre a Marinha, a indústria e a academia, apoiando o desenvolvimento tecnológico nacional e a realização de missões científicas, de segurança marítima e de cooperação internacional.. E, se para cumprimos a missão o reequipamento é importante, não o é menos a necessidade de dispormos de militares motivados e qualificados. O recrutamento mantém-se relevante, mas a retenção assume um carácter ainda mais urgente. Para isto, torna-se indispensável continuar a valorizar a carreira militar, diminuindo desigualdades ao nível da pensão de reforma entre as diversas gerações de militares, reconhecendo o pessoal que presta serviço embarcado e melhorando o apoio social à família naval.No plano operacional, a par das missões permanentes, no âmbito da segurança e autoridade do Estado no mar e das ciências do mar, em 2026 teremos mais de 850 militares em missões da NATO, da UE e bi- ou multi-laterais, incluindo unidades navais, fuzileiros e mergulhadores, dessa forma contribuindo para a estabilidade, a segurança e a paz internacionais.A Marinha continuará, pois, presente, a cumprir as suas missões, onde e quando for necessário, ao serviço de Portugal e dos Portugueses.General João Cartaxo Alves, Chefe do Estado-Maior da Força AéreaA Força Aérea em transformação e desafios para 2026O ano de 2025 deu-nos a confiança necessária para projetar 2026 como um verdadeiro ano de transformação para a Força Aérea. Se por um lado confiamos que as nossas pessoas continuarão a crescer em número como também em competências, acreditamos, igualmente, que estamos perante uma Força Aérea, mais moderna, dotada de novos meios e, sobretudo, de maiores capacidades.. Nos últimos anos, cimentámos alicerces sólidos que nos permitirão, em 2026, conquistar de forma eletiva e efetiva o quinto domínio operacional – o Espaço – com o lançamento dos primeiros satélites. Um novo desafio que a Força Aérea assume com determinação, competência e visão, integrando o Ar e o Espaço na missão e contribuindo, simultaneamente, para que o País permaneça na vanguarda da inovação e da tecnologia, lado a lado com as nações mais avançadas.Ao operar nos cinco domínios – terra, ar, mar, ciberespaço e espaço – teremos condições ainda mais consolidadas para cumprir, com maior rigor e precisão, missões essenciais como a defesa aérea, a busca e salvamento, o apoio ao combate aos incêndios, a antecipação de fenómenos naturais, entre muitas outras.. A transformação em curso para uma Força Aérea de 5.º geração vai, contudo, ainda mais longe. Perspetivamos para 2026 um novo sistema de defesa aérea mais moderno, mais robusto e com novas capacidades, garantindo o reforço de novas missões ao serviço da população, acrescentando mais segurança e maior capacidade de resposta.Com a certeza de que estamos preparados e confiantes nas nossas capacidades, para 2026 prometemos uma Força Aérea a voar mais alto, mais longe e mais rápido do que nunca.Pedro Pessanha, presidente da Comissão de Defesa Nacional e deputado do ChegaAposta na área da Defesa: um imperativo nacionalVivemos um período marcado por elevada incerteza estratégica. O ambiente internacional de segurança deteriorou-se de forma evidente, marcado pelo regresso da guerra convencional de alta intensidade, pelo agravamento das tensões geopolíticas, pela proliferação da desinformação e pela afirmação de ameaças híbridas e disruptivas. A utilização crescente de sistemas não tripulados, em todos os domínios operacionais, é apenas um dos sinais de que os paradigmas tradicionais da defesa estão a ser rapidamente ultrapassados.. Perante este cenário, considero que o primeiro grande desafio nacional passa por rever, com sentido de urgência, a documentação estratégica que enquadra a Defesa Nacional. Os Conceitos Estratégico de Defesa Nacional e Militar, bem como o Sistema de Forças, devem ser atualizados à luz desta nova realidade securitária. Essa revisão, designadamente este último documento, deve considerar, de forma clara, as missões atribuídas às Forças Armadas e os compromissos assumidos por Portugal no seio da NATO, nomeadamente no que diz respeito aos capability targets definidos pela Aliança.A verdade é que anos de desinvestimento deixaram marcas. Hoje, as Forças Armadas enfrentam algumas lacunas importantes no seu sistema de forças, tanto ao nível dos meios como do pessoal. A recuperação e edificação de capacidades deixou de ser uma opção para se tornar uma necessidade estratégica. Sem meios adequados e sem recursos humanos qualificados e em número suficiente, não é possível garantir a credibilidade da defesa nacional.No entanto, importa sublinhar que o simples aumento do investimento financeiro não constitui, por si só, uma solução eficaz. Um dos maiores desafios nacionais reside na capacidade de executar esse investimento. Produzir ou adquirir sistemas de armas modernos e, em simultâneo, atrair, formar e reter militares com as competências exigidas pelo contexto atual é uma tarefa complexa. Ainda assim, esta dificuldade deve ser encarada como uma oportunidade. As empresas nacionais podem e devem assumir um papel mais ativo, liderando ou integrando consórcios, desenvolvendo subsistemas e reforçando a base tecnológica e industrial de defesa. Do mesmo modo, a academia nacional tem condições para contribuir de forma decisiva nos domínios da investigação, do desenvolvimento e da inovação.Ao nível europeu, têm sido dados passos importantes no reforço da cooperação em matéria de defesa. A Autonomia Estratégica Europeia, frequentemente debatida, pretende traduzir-se num maior investimento na indústria de defesa e numa cooperação militar mais estreita entre os Estados-membros. Ainda assim, é essencial reconhecer que os Estados Unidos continuam a ser um pilar fundamental da segurança coletiva no espaço euro-atlântico. O seu potencial militar faz da NATO a principal garantia de paz e estabilidade neste espaço estratégico.Acredito que a sinergia entre a Europa e os Estados Unidos é indispensável para enfrentar não apenas as ameaças no espaço euro-atlântico, mas também as disrupções globais que colocam em causa a ordem internacional. Essa sinergia exige uma NATO coesa e credível, assente num elevado nível de interoperabilidade entre as suas Forças Armadas. A interoperabilidade não se decreta; constrói-se. Exige planeamento, coordenação e treino conjunto. Quando efetivamente alcançada, torna-se um fator decisivo para uma Aliança mais resiliente, mais preparada e mais proativa.Em minha opinião, a segurança que procuramos só será possível se mantivermos unida a Aliança que construímos ao longo de décadas. Num mundo cada vez mais instável, só juntos conseguiremos garantir a paz, a liberdade e a estabilidade que desejamos legar às próximas gerações.Hélder Sousa Silva, membro da Comissão de Segurança e Defesa do Parlamento Europeu, eurodeputado do PSDEntre orçamento e prontidão: o desafio da Defesa Nacional entre 2026 e 2035A NATO informou os Estados-Membros que, até 2030, teremos uma Rússia reconstituída militarmente e capaz de testar a Aliança Atlântica. Até lá, todos os Estados-Membros, e particularmente Portugal, têm de cumprir os seus compromissos e assegurar um contributo fiável para a defesa coletiva.Entre 2026 e 2030, na área da Defesa, Portugal vai ter de transformar orçamento e disponibilidade financeira em capacidade operacional. . O dinheiro está na mesa: 5,8 mil milhões de euros previstos no âmbito do programa SAFE, para investir até 2030 em equipamento militar. Se a este valor se adicionar parte do valor do EDIP (1,5 mil milhões para a UE) para apoio às indústrias de defesa, os valores previstos no novo Quadro Financeiro Plurianual para a defesa e espaço (131 mil milhões no âmbito do Fundo Europeu para a Competitividade) e os valores dos orçamentos nacionais, previstos na Lei de Programação Militar, estamos perante um desafio e uma oportunidade que não existe par na memória recente. A questão é executar com critério, escolher os sistemas certos, integrá-los com aliados e garantir que ficam operacionais e relevantes na próxima década.O desafio de 2026 é materializar planos em contratos e contratos em prontidão. Neste sentido, serão necessários concursos públicos rápidos, mas rigorosos, e compras completas: formação, treino, equipamentos sobressalentes, manutenção, munições e infraestruturas, quando necessário. Em paralelo, a trajetória de investimento em defesa, preconizada pela NATO, entre 2 e 5% do PIB, até 2035, tem de ser estável e financiar também equipamento e infraestruturas de duplo uso, onde a mobilidade militar e a proteção civil têm papel preponderante.Porém, existe um risco que pode travar tudo: o capital humano, as pessoas. Sem recrutamento e retenção, os novos meios chegam sem efetivos. 2026 tem de trazer medidas para carreiras mais atrativas, progressão previsível e formação tecnológica relevante. Se especializarmos capacidades, onde Portugal possui um valor acrescentado europeu, do Atlântico à ciberdefesa, o investimento pode gerar externalidades positivas na indústria e ligar mais empresas portuguesas às cadeias de valor europeias.Se 2030 é o horizonte do risco, 2035 o horizonte do pleno investimento de 5% do PIB em defesa, 2026 tem de ser o ano do início da execução. A margem é curta. Não podemos falhar.Luís Dias, deputado e coordenador do PS para a DefesaDesafios internos e oportunidades estratégicasCom 2026 está à porta e é crucial definir a postura de Portugal na área da Defesa. Sabemos que os primeiros investimentos do Programa SAFE estão a caminho para modernizar as Forças Armadas, mas ainda não está claro onde e como serão aplicados. Existe preocupação se o Governo manterá a tendência de ocultar informações sobre processos fundamentais para a Defesa Nacional. . É certo que o paradigma mudou radicalmente nos últimos 2 anos para a Defesa Europeia e para a Defesa Nacional. Exigiram-no o contexto internacional; a escalada dos conflitos - nomeadamente a evolução da guerra da Ucrânia; também a alteração de administração nos EUA (e a alteração de postura em relação à aliança euro-atlântica, passando de parceiros cooperantes, a adversários estratégicos).Assim, fica claro que temos novas ameaças à segurança europeia, para as quais se criaram oportunidades únicas de investimento. Oportunidades que começaram a ser materializadas em 2026 o que nos traz, por acréscimo, tempos desafiantes ao nível político europeu e nacional. Portugal enfrentará, no próximo ano, o desafio de aproveitar o financiamento do SAFE, com os primeiros quase 900 milhões de euros a entrar nas contas do Estado para modernizar as nossas Forças Armadas, para atender potenciar as Indústrias de Defesa Nacional e para se afirmar na inovação, com o contributo da academia Portuguesa. A obsolescência de alguns equipamentos, a necessidade de integração de novas tecnologias e a criação de respostas às ameaças híbridas - com reforço na Ciberdefesa e o uso da inteligência artificial -, exigem visão estratégica e investimentos constantes. A candidatura de Portugal ao Programa SAFE da União Europeia, que representa o maior montante financeiro disponível em décadas. Quase 6 mil milhões de euros representam uma oportunidade crucial para financiar essa modernização, especialmente em áreas como tecnologia e infraestrutura.Uma das principais dificuldades que Portugal enfrenta é a necessidade de criar um amplo consenso político e social em torno dos grandes investimentos para a defesa. O debate sobre a estratégia para a área, a forma como vamos aproveitar as oportunidades financeiras europeias e o seu impacto na economia portuguesa e no sistema inovador nacional, deve ser promovido de forma a unir diferentes partidos e cidadãos na defesa de uma visão comum. Além disso, é essencial garantir a transparência na gestão dos recursos destinados à defesa para aumentar a confiança da sociedade e evitar dúvidas sobre a utilização dos fundos públicos. O alerta tem vindo a ser dado pelo Partido Socialista, a que se juntou agora o Sr. Presidente da República, após o último Conselho Superior de Defesa, de dia 19 de dezembro. Surgem as questões óbvias: como é possível nomear um Grupo de Trabalho para preparar a candidatura portuguesa ao SAFE sem se conhecerem os seus intervenientes? Como é possível não se apresentar à Assembleia da República a estratégia política do Governo para atingir os 2%, em 2025, nem os 5% em 2025? Como é possível esconder a candidatura feita? A pergunta que teremos mesmo de colocar é essa: em 2026, com a postura que o Governo tem tido para com o Parlamento e para com os Partidos Políticos que o compõem - de falta de transparência, de ausência de respostas, de esconder tudo o que são decisões políticas -, com o maior envelope financeiro na mão e com procedimentos simplificados ou quase inexistentes, como espera o Governo que não surjam dúvidas?2026 será ainda decisivo para aumentar os efetivos de militares em cada um dos ramos. A atração e retenção de jovens talentos para as Forças Armadas é um desafio significativo, especialmente num mercado de trabalho competitivo. As oportunidades para inovar nas estratégias de recrutamento e nos programas de formação, além de oferecer uma carreira atrativa, são essenciais para manter uma força de trabalho qualificada. Programas de sensibilização e parcerias com instituições de ensino podem ajudar a reforçar a imagem das carreiras militares como uma opção viável e desejável.Se assim não for, de nada nos servirão os milhares de milhões de euros em equipamentos, porque os aviões não se pilotam sozinhos (ainda), porque as fragatas precisam de ser manobradas para navegar, porque o exército não existe sem homens e mulheres a envergar a farda nacional, prontos para defender Portugal..Chuva de milhões na defesa faz soar alarmes contra a corrupção