A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) lançou esta quarta-feira, Dia Europeu da Vítima de Crime, uma campanha para prevenir burlas românticas online, também conhecidas como romance scams. Integra-se, também, nas celebrações do Mês da Internet Mais Segura, fevereiro..As mensagens românticas são uma das formas mais recentes de cibercriminalidade. Alguém faz-se passar por outra pessoa, cria uma ligação emocional e afetiva e, depois, serve-se dessa relação para obter dinheiro, informações pessoais ou outros benefícios do(a) parceiro(a) romântico(a) virtual..É o tipo de criminalidade mais registada pela Linha Internet Segura, cem denúncias em 2022. Este tipo de crime "impacta a vítima não apenas financeiramente, mas também fortemente do ponto de vista emocional, pois muitas destas vítimas criam fortes laços românticos com estes cibercrimonosos/as, acabando por se sentirem traídas, deprimidas, e envergonhadas por terem sido enganadas.", refere a APAV..É uma mensagem de amor que chega através de diferentes plataformas online, incluindo sites de encontros, redes sociais, aplicações de troca de mensagens e jogos online. São "especialmente perigosas porque muitas vezes as vítimas sentem-se emocionalmente envolvidas com a outra pessoa e acabam por mais facilmente partilhar informações pessoais e financeiras..O burlão surge como uma pessoa excecional nas poucas informações que dá. Os interesses e hobbies são muito parecidos (se não idênticos) com os da vítima. Tudo acontece muito rapidamente e as comunicações passam para plataformas de mensagem instantânea como WhatsApp.Iniciado o romance, o "apaixonado" diz não viver em Portugal e ter grandes dificuldades em encontrar-se pessoalmente com a vítima. Até pode marcar essa visita, pedir para a vítima pagar bilhetes de avião e alojamento, mas o encontro nunca se dá..Consegue ganhar a confiança da vítima e começa a pedir dinheiro, com desculpas várias, nomeadamente estar à espera de receber uma herança ou um montante avultado.."As transferências monetárias são sempre feitas por métodos específicos - bancárias, cartões presente, ou é solicitado à vítima para criar contas bancárias para ela própria receber dinheiro, e depois transferir para outras contas. Nesta situação, a vítima poderá estar a facilitar esquemas de branqueamento de capitais, com o seu desconhecimento..Há formas de identificar tais situações, desde logo estando-se atento ao tipo de abordagem..Reveja as definições de privacidade das suas redes sociais e não partilhe demasiada informação pessoal. Quanto mais informação sua estiver disponível, mais fácil é criar uma narrativa para ganhar a sua atenção e a sua confiança..Suspeite de demonstrações de amor, e até pedidos de casamento, em fases muito precoces no contacto com alguém online. Evite partilhar fotos ou vídeos íntimos, pois estes são muitas vezes utilizados como forma de extorsão quando a vítima nega o pagamento;.Faça a sua própria investigação. Tente avaliar o perfil da pessoa que o/a está a contactar e responder a estas perguntas: a pessoa tem muita informação no seu perfil? Tem muitos seguidores/as? Aparecem outros perfis com o mesmo nome ou com ligeiras variações do nome, mas as fotos de perfil são as mesmas? A foto de perfil da pessoa contacta aparece associada ao nome de outras pessoas?.Se lhe forem feitos pedidos de ajuda monetária, encaminhe a pessoa para outros serviços que possam ajudar; por exemplo, os consulados ou embaixadas para quem está no estrangeiro..Pare de comunicar com a pessoa e denuncie junto da aplicação, ao fazê-lo estará a garantir que pelo menos aquele perfil não o/a voltará a contactar como a evitar que outras pessoas venham a interagir com o/a burlão..Caso tenha dúvidas relativamente à legitimidade da pessoa com quem está a falar online, peça ajuda a alguém da sua confiança ou entre em contacto com a Linha Internet Segura (800 21 90 90, dias úteis entre as 8h e as 22h).