Consumo diário de refrigerantes "dieta" aumenta risco de demência e AVC

Investigação contradiz estudos anteriores, que não associavam doenças tão graves ao consumo de bebidas adoçadas artificialmente

Beber uma lata por dia de refrigerante, seja sem açúcar ou mesmo numa versão "dieta", faz com que o risco de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) ou desenvolver demência seja três vezes superior ao normal.

Um estudo divulgado na publicação da Associação Americana do Coração, realizado por investigadores norte-americanos, concluiu que o consumo de pelo menos uma bebida açucarada por dia está associado a um risco três vezes maior de desenvolver demência ou ter um AVC, comparado com o risco que apresentam aqueles que bebem bebidas adoçadas artificialmente menos de uma vez por semana.

A investigação detalha mesmo que aqueles que consomem os refrigerantes do tipo "dieta" - com menos açúcares - todos os dias têm 2,96 mais hipóteses de sofrer um acidente vascular cerebral e mais 2,89 hipóteses de desenvolver doença de Alzheimer do que aqueles que bebem esse tipo de refrigerante mais ocasionalmente, menos de uma vez por semana.

Surpreendentemente, assinala o The Guardian, a investigação - baseada nos dados de mais de 4300 participantes - contradiz estudos anteriores que apontavam que as bebidas açucaradas não aumentavam o risco de doenças graves.

"Que tenhamos conhecimento, este estudo é o primeiro a reportar uma associação entre o consumo diário de refrigerantes adoçados artificialmente e um risco aumentado de contrair demência e demência causada pela doença de Alzheimer", referem os autores.

Já no que diz respeito ao AVC, um estudo anterior associara o consumo de bebidas açucaradas com risco mais elevado de problemas cardiovasculares, mas não com episódios tão graves quanto acidentes vasculares cerebrais.

As conclusões deste estudo poderão ser especialmente preocupantes já que, nos últimos anos, as vendas das versões "dieta" de bebidas açucaradas têm aumentado substancialmente, tendo diminuído as vendas das bebidas ditas "normais", sem redução de açúcar.

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