A Noruega, os Países Baixos e a Austrália estão no top dos países com melhores sistemas de saúde do mundo, segundo a Commonwealth Foundation (CF), organização norte-americana, que analisou os sistemas de 11 países. A saber: Austrália, Canadá, França, Alemanha, Países Baixos, Nova Zelândia, Noruega, Suécia, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos..A organização avaliou os países de acordo com cinco parâmetros: acesso à saúde, atendimento, eficiência administrativa, equidade e resultados de saúde, e os resultados foram conhecidos no verão de 2021, tendo sido o relatório anterior publicado em 2017..A Noruega e os Países Baixos receberam elogios e a melhor classificação pela rapidez de acesso aos cuidados de saúde. Já o National Health Sistem (NHS) do Reino Unido destaca-se pela queda: em 2017 ocupava o primeiro lugar, quatro anos depois, passa para quarto lugar..O sistema dos Estados Unidos da América obteve a pior classificação, uma posição que ocupa deste o primeiro relatório desta organização, publicado em 2004..Mas o estudo destaca exemplos concretos de políticas de saúde postas em prática por alguns países e com resultados considerados eficazes, como a Lei dos Direitos do Paciente, na Noruega, que estabelece o direito de receber atendimento num prazo específico, ou a exigência nos Países Baixos de que os médicos de clínica geral forneçam, todos os anos, pelo menos 50 horas de atendimento após o expediente para poderem manter as licenças médicas..Em relação ao Reino Unido, e apesar de este ter um sistema de cuidados universal e gratuito para a maioria dos utentes, a sua classificação foi prejudicada pelos longos tempos de espera para tratamentos, tendo sido registado que o fosso entre as classes mais abastadas e mais carenciadas aumentou no acesso aos cuidados de saúde (outro indicador que fez com que o país caísse na tabela da pontuação)..A avaliação feita pela CF revela que os países com melhor pontuação no desempenho são os que oferecem cobertura universal de cuidados e que removeram as barreiras de custo para os utentes, mas o melhor desempenho aparece associado aos países que apostaram nos cuidados primários - ou seja, cuidados de proximidade na comunidade - nomeadamente com uma rede de médicos de família sustentada para dar o maior volume de resposta às necessidades da população. Ao mesmo tempo, refere a CF, estes países apostaram também na redução da carga administrativa que envolvia o sistema e que acabava por pesar na atividade assistencial, nas equipas médicas, e nos pacientes..Mas não só. Os países classificados com melhor desempenho fizeram outra coisa. Ao mesmo tempo que investiram ao nível da saúde, e em benefícios para os seus trabalhadores, investiram também ao nível dos serviços sociais na comunidade, com a criação de creches, disponibilização de transportes, de habitação e mais segurança, apostando assim numa “população mais saudável”, e “com menos procura de cuidados de saúde”..Os autores do relatório sublinham que nenhuma nação tem o sistema de saúde perfeito, como, consideram, ficou demonstrado durante a pandemia. Mas acreditam que “todos os países podem aprender a partir do que funcionou e do que não funcionou noutras partes do mundo”, tendo “a oportunidade de experimentar novas políticas e práticas que podem aproximá-los do que é um sistema ideal, aquele que promove a saúde para todos os habitantes por um preço que a nação pode pagar “.