O Comissário Europeu da Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis, disse hoje aprovar todas os impostos sobre "produtos de risco" como açúcar, sal, gorduras, tabaco e álcool, considerando que isso traz benefícios para a saúde e para o orçamento.."Sou um grande fã de promover todas as medidas, especialmente impostos para os produtos de fator de risco, como açúcar, sal, gorduras saturadas, tabaco e álcool, claro. Esta é a direção certa para levar a sociedade a perceber que a aplicação de medidas como a taxa sobre o açúcar significa que se quer que as pessoas fiquem mais saudáveis na sua vida", afirmou à agência Lusa..À margem da inauguração do Laboratório Nacional de Referência de Saúde Animal do INIAV, em Oeiras, Vytenis Andriukaitis alertou para a necessidade de aplicação de medidas para prevenir a obesidade e diabetes.."Hoje há obesidade, diabetes e muitas pessoas sofrem destas doenças. Claro que também o abuso de álcool e do tabaco que são assassinos. E é claro que temos de usar todos os instrumentos de taxação. É um instrumento muito bom para manter a sociedade mais saudável e também um orçamento mais saudável porque há possibilidade de angariar mais dinheiro de tratar as pessoas", justificou..O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, que tutela também a pasta da segurança alimentar, confirmou que a taxa sobre "as bebidas com teor de açúcar acima de determinados níveis vai mesmo constar do Orçamento do Estado para 2017.."Responde a preocupações até da Comissão Europeia, porque é uma medida preventiva daquelas que são as doenças da civilização, portanto creio que será uma medida bem acolhida", referiu..Capoulas Santos lembrou que o orçamento não está ainda aprovado, mas assegurou que "nas propostas que estiveram em discussão, prevê-se que a aplicação de uma taxa sobre os refrigerantes e bebidas açucaradas independentemente do tipo de açúcar"..Essa taxa, adiantou, será de oito euros por hectolitro, ou seja, "uma pequena lata de bebida açucarada, uns quatro ou cinco cêntimos" de imposto..Sobre o aumento de impostos sobre o tabaco e álcool, o ministro não quis antecipar as medidas, mas afirmou que "há alguns impostos indiretos que foram discutidos em Conselho de Ministros e que serão certamente contemplados no Orçamento"..[artigo:5435705].Capoulas Santos confirmou ainda que não será aplicado qualquer imposto sobre o vinho.."O vinho é um produto muito importante para a agricultura portuguesa. Tem um peso muito importante nas exportações, tem conhecido uma dinâmica impressionante nos últimos anos e por isso o Governo decidiu que não seria conveniente aplicar qualquer taxa. Os profissionais do setor podem ficar descansados", concluiu..[artigo:5438688]