A física quântica estuda os átomos e as partículas subatómicas.
A física quântica estuda os átomos e as partículas subatómicas.

Cientistas japoneses descobrem o “estado W”, um passo gigante rumo ao teletransporte quântico

“Esta experiência mostra que o futuro quântico está mais próximo do que imaginávamos”, diz o principal autor do estudo
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Um grupo de cientistas da Universidade de Osaka, no Japão, anunciou uma descoberta que abre portas a um universo que durante gerações se julgou ser do domínio da ficção científica: a identificação do “estado W”, uma forma especial de ligação entre partículas subatómicas que pode ser o primeiro passo real rumo ao teletransporte quântico.

Durante décadas, físicos de todo o mundo tentaram compreender se este estado quântico, previsto teoricamente, mas nunca observado, realmente existia. Agora, o mistério pode ter sido finalmente resolvido, pode ler-se no jornal Corriere della Sera.

O “estado W” é um tipo de emaranhamento quântico, um fenómeno em que duas ou mais partículas ficam tão ligadas que o que acontece a uma afeta instantaneamente as outras, mesmo que estejam a grandes distâncias. É considerada uma das ideias mais estranhas e fascinantes da física moderna.

Os cientistas japoneses encontraram este fenómeno numa liga metálica feita de cério, ródio e estanho. Usando pulsos de luz e analisando como o material os refletia, conseguiram observar um comportamento fora do normal nos eletrões, algo que só podia ser explicado pela presença do estado W.

“Foi um daqueles momentos em que percebemos que estávamos a ver algo que nunca tinha sido visto antes”, explicou o professor Takao Watanabe, que liderou o estudo.

Teletransporte de dados, não de pessoas

Embora o teletransporte de pessoas continue a ser apenas ficção, o teletransporte de informação quântica é uma meta muito real. Se conseguirmos controlar estados como o W, poderemos transferir dados de forma instantânea, segura e sem perda de informação, algo que revolucionaria a internet, a computação e até as comunicações espaciais, recorda o Corriere della Sera.

Além disso, esta descoberta aproxima-nos de computadores quânticos mais poderosos e acessíveis, que funcionem sem depender de temperaturas extremas nem de materiais raros. “Esta experiência mostra que o futuro quântico está mais próximo do que imaginávamos”, disse Watanabe. “Cada vez compreendemos melhor as regras invisíveis que governam o universo.”

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