Centenas manifestam-se contra custo de vida e por aumentos dos salários e pensões

O protesto conta com vários sindicatos, desde educação, comércio, serviços, autarquias, polícias e saúde.

Algumas centenas de pessoas participam hoje à tarde numa manifestação em Lisboa, convocada pela CGTP, contra o aumento do custo de vida e para exigir aumentos dos salários e das pensões.

Promovida pela central sindical CGTP-IN e com o lema "Aumentos dos salários e pensões emergência nacional! Contra o aumento do custo de vida e o ataque aos direitos", a manifestação vai percorrer as ruas de Lisboa entre o Cais do Sodré e o Rossio.

O protesto conta com vários sindicatos, desde educação, comércio, serviços, autarquias, polícias, saúde e educação.

Empunhando várias bandeiras dos sindicatos e com cartazes a exigir "mais salários e mais pensões ", os manifestantes entoavam as tradicionais palavras de ordem como " CGTP, unidade sindical", "esta legislação laboral só interessa ao capital", "a luta continua nas empresas e na rua" e "o custo de vida aumenta e o povo não aguenta".

A manifestação saiu por volta das 15:30 do Cais do Sodré e a abrir o protesto estava um grupo de bombos e uma faixa com o lema da iniciativa que é segurada pela líder da CGTP-IN, Isabel Camarinha, e outros sindicalistas.

Para o Bloco de Esquerda, manifestações como esta são forma de dizer ao PS que só melhores salários vencem a crise.

"Espero que mobilizações como esta se multipliquem", sustentou a deputada bloquista Mariana Mortágua aos jornalistas, minutos antes do arranque da manifestação.

Mariana Mortágua criticou a ideia propagada pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, de que as pessoas "têm de empobrecer" e que "isso é uma inevitabilidade" para superar a crise socioeconómica decorrente do aumento da inflação.

E fez um paralelismo com o Governo do social-democrata Pedro Passos Coelho: "Era uma mentira na altura da troika e continua a sê-lo hoje."

A dirigente do BE acrescentou que as "pessoas têm direito a um salário digno", sem perderem "poder de compra a cada dia que passa".

Em contexto de maioria absoluta do PS, que acabou por coartar a ação da oposição no parlamento, as manifestações são uma maneira de dizer ao executivo de António Costa que a alternativa ao empobrecimento "é atualizar salários e pensões à inflação e respeitar a lei das pensões".

Jerónimo de Sousa substituído à última hora

Para o PCP, esta manifestação, que considerou a "maior mobilização dos últimos dois anos", demonstra que os portugueses estão contra o Orçamento do Estado e o alinhamento do Governo com os grupos económicos.

"Esta manifestação, aqui em Lisboa e no Porto, corresponde já à maior mobilização dos últimos dois anos e demonstra que os trabalhadores não aceitam a degradação dos salários, das pensões, o ataque aos serviços públicos, ao mesmo tempo que se verifica uma acumulação de milhares de milhões de euros em lucros dos grandes grupos económicos", sustentou aos jornalistas o dirigente comunista Francisco Lopes, junto ao Terreiro do Paço, por onde passou o protesto da CGTP-IN.

Estava prevista a presença na manifestação do secretário-geral do PCP, mas Jerónimo de Sousa foi substituído à última hora devido a um "problema de saúde pontual".

Francisco Lopes acrescentou que numa altura em que a situação socioeconómica do país se está a degradar, o que se impunha era o "aumento geral dos salários e das pensões" para contrariar os efeitos da inflação nos bolsos dos portugueses.

Contudo, o que "está aí colocado com o grande capital, com o Governo, com o Orçamento do Estado e com o acordo da concertação social é exatamente o mesmo: mais agravamento das condições de vida, cortes nos salários, perda de poder de compra".

"A inflação prejudica os trabalhadores e a população, mas o aumento dos preços não se esfuma, esse dinheiro vai exatamente para os grandes grupos económicos e as multinacionais da alimentação, da energia", completou o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP.

A manifestação nas ruas de Lisboa e do Porto, continuou Francisco Lopes, "é um sinal de força e de esperança neste tempo tão turbulento e de tantas dificuldades".

Na ótica do PCP o que se pede à maioria absoluta do PS é que cumpra o que está inscrito na Constituição: "Não é apenas para estar escrita, existe para ser cumprida."

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