Há 10 municípios sob investigação a alegada fraude em análises de água

Os municípios de Vila Flor, Mirandela, Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro e de Mogadouro já confirmaram ter sido alvo de buscas no âmbito da Operação Gota d'Água.
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Há dez municípios envolvidos na investigação relativa à Operação Gota d'Água, que incide sobre uma alegada fraude em análises de água para consumo humano, cuja operação desencadeada pela Polícia Judiciária levou à detenção de 20 suspeitos esta quarta-feira.

As Câmaras Municipais de Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Resende, Sabugal, Sátão, Vila Flor e Vila Pouca de Aguiar são, de acordo com fonte judicial, as que estão citadas na investigação, sendo que algumas delas foram mesmo alvo de buscas esta quarta-feira.

Segundo a mesma fonte, entre os principais suspeitos estão "dirigentes, analistas e técnicos de colheitas do Laboratório Regional de Trás-os-Montes, com quase 30 anos de experiência em análises de água de consumo, residuais, de praias e piscinas".

Entretanto, as autarquias de Vila Flor, Mirandela, Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro e de Mogadouro já confirmaram terem sido alvo de buscas por parte da Polícia Judiciária (PJ) no âmbito da operação Gota d'Água.

Fonte da Câmara Municipal de Alfândega da Fé disse à Lusa que as buscas foram concentradas na casa de uma funcionária e no seu posto de trabalho. Em causa estará, adiantou a mesma fonte, uma queixa anónima entre laboratórios que "suspeitas lançaram de parâmetros da qualidade da água".

A câmara municipal de Macedo de Cavaleiros emitiu um comunicado em que confirma ter sido alvo de buscas da Polícia Judiciária e garante estar colaborante com as autoridades. O município explicou num comunicado emitido hoje ao início da tarde que as buscas foram "no âmbito de um inquérito titulado pelo Ministério Público - DIAP Regional do Porto, alegadamente relacionado com suspeitas de adulteração de análises de água destinada ao consumo humano".

O executivo liderado por Benjamim Rodrigues (PS) manifestou no mesmo comunicado "total disponibilidade para colaborar com as autoridades, em todas as matérias que sejam entendidas como necessárias para apuramento dos factos".

O município disse não ter esclarecimentos adicionais a prestar atendendo "às restrições processuais decorrentes da fase de inquérito que se encontra em curso".

Por sua vez, o município de Miranda Douro liderado pela social-democrata, Helena Barril, confirmou a presença dos inspetores da PJ no setor das águas e saneamento, adiantando desconhecer o teor da operação levada a cabo.

Em Mogadouro, o presidente da câmara António Pimentel (PSD) disse que os inspetores da PJ estiveram no município e tiveram contacto com colaboradores da autarquia pertencentes ao setor das águas.

O município de Vila Flor emitiu um comunicado onde "confirma que no âmbito de uma investigação a autarquia está a ser hoje alvo de buscas, levadas a cabo pela Polícia Judiciária".

A câmara liderada por Pedro Lima (PS) adiantou ainda que "tendo consciência das restrições e limitações processuais decorrentes da fase de inquérito em que se encontrarão os autos, não tem informações acerca do objeto do processo".

A câmara de Vila Flor garantiu ainda que "encara com naturalidade este tipo de procedimentos por parte das entidades judiciais, estando a colaborar com os inspetores da Polícia Judiciária em todas as suas solicitações para o esclarecimento dos factos, sejam eles quais forem, e para o apuramento integral da verdade material".

Fonte ligada ao município de Mirandela confirmou à Lusa também buscas hoje. Numa breve nota, o município encabeçado por Júlia Rodrigues (PS) disse que "quer pelo seu executivo quer pelos seus serviços municipais, colaboram ativamente, garantindo toda a informação necessária para um desenrolar célere e eficaz da investigação".

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