Desde a meia-noite deste domingo (3 de agosto) que Portugal continental está em estado de alerta devido às temperaturas elevadas que, juntamente com a baixa humidade e o vento, acabam por ser o cocktail perfeito para que os incêndios aconteçam e se descontrolem. Esta situação dever-se-á manter pelo menos até à próxima quinta-feira, 7 de agosto. Resumindo, nas palavras de Maria Lúcia Amaral, ministra da Administração Interna: “A semana será difícil. Apelo à serenidade e ao espírito de unidade nacional no enfrentar deste flagelo.”Isto significa que, pelo menos até quinta-feira, é, entre outras coisas, proibido aceder, circular e permanecer a espaços florestais definidos os Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, bem como realizar queimadas, realizar trabalhos em espaços florestais com recurso a maquinaria, ou ainda utilizar fogo de artifício (a apresentação aos sócios do FC Porto, por exemplo, não teve pirotecnia).Tudo isto porque o risco de incêndio está no máximo devido às condições que se farão sentir e que, este domingo, levaram grande parte do território continental a estar com temperaturas perto dos 40ºC em aviso laranja por causa do calor.Não obstante as condições climatéricas que se fizeram sentir durante o dia, o incêndio de Ponte da Barca, que estava ativo há mais de uma semana, deu finalmente tréguas aos bombeiros e conseguiu ser dominado encontrando-se, pelas 18h30, em resolução no site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).Apesar deste incêndio - que consumiu mais de seis mil hectares - ter cedido aos esforços dos bombeiros, nem por isso o dia foi mais tranquilo em termos de fogos.Depois de ter começado a arder durante a noite de sábado no concelho de Vila Real, a aldeia de Vila Cova acabou por ser parcialmente evacuada, com uma capela a ser consumida pelas chamas. Segundo o autarca de Vila Real, Alexandre Favaios, não houve no entanto “qualquer perda de habitação” na frente de incêndio de Vila Cova, cuja zona alta é habitada por cerca de três dezenas de pessoas. Por volta das 15h00, esta zona deixou de estar a arder mas os pontos quentes acabaram por causar um reacendimento perto das 19h00.Ainda sem fim à vista, o autarca estima que os prejuízos do incêndio sejam avultados em todo o concelho, que disse estar sob “ataque”. “Os danos são incalculáveis”, disse Alexandre Favaios, acrescentando: “Continuam a não existir danos em casas ou vítimas, temos a lamentar a área florestal ardida e a produção agrícola [ligada sobretudo a castanheiros e à produção de mel].”.Autarca de Vila Real fala em “danos incalculáveis”. Fogo em Celorico de Basto com mais de 250 bombeiros.E falar sobre os fogos como uma questão de economia?