A antiga Central Elétrica da Manutenção Militar de Lisboa, situada no Beato Innovation District, transformou-se na primeira cervejaria da Browers, pequena marca propriedade do grupo Super Bock. O espaço vai abrir ao público no mês de outubro..Ao entrar, é possível ver as máquinas de uma microprodução de cerveja e a parte de restauração com um vasto balcão de metal, sendo um dos mais compridos de Portugal..A empresa The Browers Company é um spin-off daquele grande grupo cervejeiro português, que investiu mais de 3,5 milhões de euros neste projeto. “Estamos a acrescentar algo novo que é, de uma forma colaborativa, com muita abertura de portas. Trazemos aqui um conceito novo à cidade e à atividade cervejeira”, diz Tiago Brandão, diretor-geral da Browers Company, durante a visita dos jornalistas ao novo espaço..Inauguração da cervejeira Browers. Gerardo Santos / Global Imagens.A escolha da antiga Central Elétrica da Manutenção Militar de Lisboa para o local da cervejeira foi um desafio lançado pela Startup Lisboa à marca. O Beato Innovation District é um espaço com 18 edifícios que pretende criar um grande centro de inovação na cidade de Lisboa..“Este projeto fazia todo o sentido ser neste local. Era preciso ter um espaço que pudesse atrair pessoas através da restauração e permitisse a realização de eventos”, afirmou o diretor executivo da Unicorn Factory Lisboa, Gil Azevedo..A remodelação do espaço esteve a cargo dos arquitetos Eduardo Souto de Moura e Nuno Graça Moura. O edifício fora outrora erigido por engenheiros militares para servir como uma Central Elétrica da Manutenção Militar. Para os dois arquitetos, os grandes desafios foram transformar um prédio industrial num espaço de restauração e, ao mesmo tempo, não perder a essência do local..Inauguração do espaço no Beato Innovation District. Gerardo Santos / Global Imagens.O espaço foi remodelado pelos arquitetos Eduardo Souto de Moura e Nuno Graça Moura. Gerardo Santos / Global Imagens.Eduardo Souto de Moura referiu, durante a visita ao local, que um dos primeiros princípios que seguiram foi “pôr as máquinas todas à vista, [conceito] ligado a essa ideia de que isto era um edifício industrial”..Além da parte visível da microprodução, o chão foi coberto por azulejo tipo industrial e foi colocado um balcão de metal. “Tivemos o cuidado de manter tudo mais ou menos como estava. Havia também uma central de controlo ou uma central elétrica que transformámos num palco”..Para este projeto, o grupo Plateform, responsável pela parte da restauração, visitou fábricas internacionais de produção artesanal de cerveja. Sobre a carta, Rui Sanches diretor da Plateform, revela que foi um desafio encontrar os pratos que se harmonizassem bem com as cervejas..“Estamos habituados a fazer pairing de vinhos e cocktails. É a primeira vez que fomos confrontados com este ótimo desafio, de pensar num menu que fizesse um bom pairing com cervejas. Desenhámos um menu que achamos ser uma abordagem moderna daquilo que na nossa opinião deve ser uma cervejaria”, revelou, acrescentando que o menu será baseado na gastronomia tipicamente portuguesa com peixinhos da horta e bacalhau. .O menu terá a consultoria do chef Luís Gaspar, responsável pelos restaurantes Sala de Corte, Brilhante e Pica-Pau..Neste espaço estarão disponíveis cervejas como a Browers Kellerbier, de adega Keller; a Browers Blanche, uma cerveja belga; a Browers IPA, uma Índia Pale Ale; e a Browers Nitro Stout, uma cerveja com notas de café e chocolate. A estas cervejas vão juntar-se outras marcas de cervejas nacionais e internacionais..O espaço, de 700 metros quadrados, pode transformar-se ainda numa sala de eventos e tem capacidade para mais de 200 lugares sentados. Com a abertura do espaço, em outubro, está prevista uma programação com workshops cervejeiros e alguns concertos.