Está marcada para o final da tarde desta quarta-feira (25), no Porto, uma manifestação contra xenofobia e racismo convocada por um grupo de brasileiros. O ato vai ser realizado em protesto contra um caso de agressão registado nesta terça-feira (24) contra dois colaboradores da Casa Odara, espaço cultural e de beleza de referência para imigrantes, que fica numa rua movimentada da cidade..As vítimas formalizaram a queixa na esquadra de Cedofeita, esta manhã, e foram encaminhados para o Hospital de Santo António para serem submetidos a uma perícia médica..De acordo com Diego Bove, advogado da Casa Odara, as duas vítimas fizeram participação para seguir com a denúncia. "O registo principal do crime ficou como agressão física, mas eles também pediram a inclusão de agressão verbal", explica o advogado ao DN Brasil..Os brasileiros agredidos são o cabeleireiro John Pereira e a gestora cultural da Casa Odara, Maria Gabriela Carvalho, que estavam a trabalhar nas imediações do espaço, fazendo a gravação da performance do artista brasileiro Italo Augusto.."Dois homens portugueses se aproximaram de John, que estava com a câmera na mão, e um deles alegou estar a ser filmado sem autorização. O cableireiro defendeu-se dizendo que o foco era o artista, iniciando-se então uma confusão que culminou em agressões físicas, com socos e pontapés. Gabriela, que também estava no local e foi agredida, gravou boa parte da situação. O vídeo contém a agressão e insultos xenófobos proferidos pelos portugueses, além de ameaças à integridade física", explica o advogado..O vídeo da agressão, publicado pela Casa Odara no Instagram, mostra insultos de um dos homens contra os brasileiros. Também é possível ver o momento em que o homem ataca Gabriela. No final, ouvem-se gritos, barulhos de socos e correria..De acordo com Diego Bove, os dois brasileiros sofreram "lesões visíveis" pelo corpo. Em fotos, partilhadas com o DN Brasil pelo advogado, com autorização da vítima, é possível ver ferimentos nos braços, pernas e peito de John Pereira..O resultado da perícia vai ser encaminhado diretamente para a Polícia de Segurança Pública (PSP). O advogado diz que a polícia "identificou um dos agressores no ato, mas não qualificou ninguém como vítima ou arguido, apenas recolheram dados de todos os envolvidos e orientaram, como é o padrão, para ir à esquadra formalizar a denúncia". No momento em que John e Gabriela registavam a ocorrência, o agressor identificado compareceu. "O policial disse que ele deveria voltar noutro momento ou ir a outra esquadra", conta Diego Bove..Depois de terminarem a perícia, as vítimas juntam-se ao grupo que está a organizar a manifestação em frente à Casa Odara.