Bombeiros decidem avançar com protestos devido "à ausência de respostas" do Governo
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Bombeiros decidem avançar com protestos devido "à ausência de respostas" do Governo

Recusa de realizar altas hospitalares durante algumas horas, marchas lentas e deslocação mensal de viaturas ao parlamento entre as formas de protesto
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Os bombeiros decidiram este domingo (16 de novembro) avançar com protestos, como a recusa de realizar altas hospitalares durante algumas horas, marchas lentas e deslocação mensal de viaturas ao parlamento, face à ausência de respostas governamentais às reivindicações do setor.

“Face à ausência de respostas concretas por parte do Governo, foram aprovadas medidas de protesto responsável, sempre salvaguardando o socorro à população”, anunciou o presidente da mesa dos congressos, Luís Gil Barreiros, na apresentação das conclusões do 45.º Congresso Nacional da LBP, que decorre desde sábado em Alcobaça, no distrito de Leiria.

Da votação das 16 moções apresentadas ao congresso resultou a aprovação de protestos, dos quais o que gerou mais discussão foi a “recusa em efetuar altas hospitalares”, ou seja, o transporte de doentes não urgentes que tenham altas dos hospitais, por períodos que poderão aumentar, sucessivamente, de 12 para as 24 ou para as 48 horas.

Os protestos vão ainda passar por “concentrações distritais e nacionais, marchas lentas e toques de sirene coordenados”, afirmou o presidente da mesa.

Os bombeiros, descontentes com a situação atual, e que reivindicam repostas do Governo, decidiram também a suspensão da presença institucional em eventos protocolares, campanhas mediáticas e faixas de protesto nos quartéis, a mobilização mensal de viaturas à Assembleia da República e ações como a recolha de 20 mil assinaturas de cidadãos para pressionar iniciativas legislativas.

Estas ações “traduzem a determinação do setor em fazer ouvir a sua voz e em exigir respeito pelas suas reivindicações”, acrescentou Gil Barreiros.

António Nunes reconduzido na direção da Liga dos Bombeiros


Entretanto, o presidente da Liga do dos Bombeiros Portugueses (LBP) foi reconduzido no cargo para o quadriénio 2026-2029 com 79% dos votos dos participantes no 45.º Congresso Nacional, segundo os resultados divulgados.

António Nunes encabeçou a única lista candidata à direção da LBP, para a qual votaram, no sábado, 445 congressistas, na reunião que decorre em Alcobaça, no distrito de Leiria.

A lista liderada por António Nunes obteve 311 votos (79%), tendo sido registados 93 votos brancos, de acordo com os resultados avançados pelo presidente da mesa dos congressos, Luís Gil Barreiros.

A lista eleita para o conselho executivo integra ainda, como vice-presidentes, Carlos Santos (dos bombeiros do Dafundo), Marco Martins (Óbidos), Emanuel Santos (Ermesinde), Eduardo Correia (Sul e Sueste) e Rui Silva (Cascais).

No plano de ação, sufragado pelo congressitas, a lista liderada por António Nunes propõe nove linhas orientadoras para o mandato, visando “uma revisão profunda do modelo de funcionamento e uma nova estrutura organizacional”.

Entre as metas que a nova direção se propõe cumprir contam-se a revisão do ordenamento jurídico do setor dos bombeiros (com a aprovação de um estatuto do bombeiro) e a revisão da lei orgânica da Associação Nacional de emergências e Proteção Civil (ANEPC), com a criação de uma estrutura operacional para os bombeiros, nomeadamente, um comando nacional de bombeiros e salas de coordenação agrupadas.

Relativamente a este ponto, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou no sábado, primeiro dia do congresso, que, no âmbito da reorganização orgânica da ANEPC, será criado “um comando operacional com duas vertentes: a vertente essencial da proteção civil, mas também uma vertente de comando ao nível dos bombeiros, na gestão de operações”.

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