Beja prossegue para a terceira fase de desconfinamento após correção da incidência

Tinha sido anunciado que Beja era um dos sete concelhos que não prosseguia para a terceira fase de desconfinamento devido a "duas avaliações sucessivas em situação de risco". Mas após a retificação da indicência pela DGS, Beja avança no desconfinamento.
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O concelho de Beja vai prosseguir no desconfinamento na próxima segunda-feira, após uma retificação da incidência cumulativa de covid-19 nos últimos 14 dias, informou esta sexta-feira o Governo.

Fonte do ministério da Saúde confirmou à Lusa que Beja vai prosseguir para a terceira fase de desconfinamento, ao contrário do que na quinta-feira foi anunciado, depois de a Direção-Geral da Saúde (DGS) ter retificado a incidência cumulativa da covid-19 a 14 dias por 100 000 habitantes no concelho para o período de 31 de março a 13 de abril de 2021.

"A incidência cumulativa a 14 dias no período referido é assim de 107 casos por 100.000 habitantes", abaixo do limite dos 120 casos por 100.000 habitantes, informou a DGS.

Nas medidas anunciadas pelo Governo na quinta-feira, Beja estava incluída nos concelhos que não vão passar à fase seguinte do desconfinamento que se inicia na próxima segunda-feira, por terem "duas avaliações sucessivas em situação de risco".

Ainda na quinta-feira, o presidente da Câmara de Beja contestou a inclusão do seu município no conjunto de sete concelhos que não avançam para a próxima fase de desconfinamento e pediu explicações à DGS sobre a decisão.

Em declarações à Lusa, Paulo Arsénio considerou que não fazia "o menor sentido" travar o desconfinamento naquele município do Baixo Alentejo e refutou a taxa de incidência acima de mais de 120 casos de covid-19 por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias que lhe foi atribuída.

"A DGS devia explicar onde é que foi buscar este número que, de facto, vai muito para além dos novos casos [de covid-19] que foram comunicados à Câmara Municipal de Beja nos últimos 14 dias", exigiu Paulo Arsénio.

Segundo os cálculos do autarca, Beja teve uma incidência de "101 casos por 100 mil habitantes" entre os dias 1 e 14 de abril, pelo que existe "a perceção clara" de que, "do ponto de vista matemático", o concelho está abaixo do limite de 120 casos por 100 mil habitantes.

"Mas há mais: não temos ninguém de Beja internado no hospital neste momento e não temos nenhum surto no concelho, onde existem apenas 24 casos ativos. As cadeias epidemiológicas estão todas identificadas. Não faz sentido [excluir o concelho da próxima fase de desconfinamento]", insistiu Paulo Arsénio.

Com a saída de Beja do grupo, não prosseguem para a nova fase seis concelhos, com duas avaliações sucessivas de mais de 120 casos por 100 mil habitantes, mantendo as restrições atualmente em vigor.

São eles Alandroal, Albufeira, Carregal do Sal, Figueira da Foz, Marinha Grande e Penela.

Além destes, os concelhos de Moura, Odemira, Portimão e Rio Maior vão regressar na segunda-feira às regras que vigoravam no continente português no início do processo de desconfinamento em curso, iniciado em 15 de março.

A generalidade dos restantes concelhos seguem em frente para a terceira de quatro fases previstas pelo Governo.

Diário de Notícias
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