Açores. Proteção Civil registou já 59 ocorrências e realojamento de quatro pessoas

A situação provocada pela passagem da tempestade pós tropical Gabrielle deverá começar a acalmar a partir das 09h00 locais.
Açores. Proteção Civil registou já 59 ocorrências e realojamento de quatro pessoas
ANTÓNIO ARAÚJO/LUSA

Após passagem pelos Açores, Gabrielle vai afetar o continente. Cinco distritos do continente sob aviso amarelo domingo devido à agitação marítima

Cinco distritos do continente vão estar no domingo sob aviso amarelo devido à previsão de agitação marítima forte, com ondas de oeste com 4 a 5 metros, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Os distritos de Faro, Setúbal, Lisboa, Leiria e Beja vão estar sob aviso amarelo entre as 03:00 e as 15:00 de domingo.

O aviso amarelo, o menos grave de uma escala de três, é emitido sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

O estado do tempo em Portugal continental poderá ser afetado a partir de sábado pela passagem da depressão pós-tropical Gabrielle, que esta a afetar os Açores desde quinta-feira.

O ciclone tropical Gabrielle que atinge os Açores deixou de ser um furacão de categoria 1 e passou a ser uma depressão pós-tropical, dirigindo-se depois para o continente, prevendo-se no sábado chuva acompanhada ocasionalmente por trovoada, no litoral oeste.

De acordo com um comunicado do IPMA, com base nas mais recentes previsões, vai deslocar-se em direção a Portugal continental já em fase de depressão pós-tropical, a qual deverá ocorrer a partir das 12:00 de hoje.

“Assim, a partir do final de dia 27 [sábado], no litoral oeste, preveem-se períodos de chuva ou aguaceiros, que poderão ser ocasionalmente acompanhados de trovoada, estendendo-se ao restante território, em especial ao centro e sul”, no domingo, lê-se na nota.

O IPMA acrescentou que, adicionalmente, espera-se “um aumento da intensidade do vento nas terras altas e no litoral, assim como da agitação marítima”.

Proteção Civil registou já 59 ocorrências e realojamento de quatro pessoas

A passagem da depressão pós-tropical Gabrielle pelos Açores já provocou 59 ocorrências, a maioria relacionadas com a queda de árvores, queda de estruturas e danos em coberturas/tetos, informou a Proteção Civil.

O Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) adiantou, em comunicado divulgado perto das 08:00, que foram registadas desde as 00:00 de hoje, 59 ocorrências, 22 das foram registadas na ilha do Faial, 10 em São Jorge, nove no Pico, nove na Terceira, seis na Graciosa e três em São Miguel.

Ainda segundo a SRPCBA, foi necessário proceder ao realojamento de quatro pessoas (três na ilha do Faial e uma na Graciosa). Até ao momento, não há registo de feridos.

"A maioria das situações reportadas está relacionada com a queda de árvores, queda de estruturas e danos em coberturas/tetos", adianta.

Nos locais, para apoio e resolução das ocorrências estão bombeiros, Serviços de Ambiente, Serviços Municipais de Proteção Civil, Serviços Florestais, Obras Públicas, Forças de Segurança, MEO, NOS e EDA, segundo a Proteção Civil açoriana.

O SRPCBA recomenda à população que continue a adotar as medidas de autoproteção, nomeadamente a circular apenas em caso de necessidade e a seguir as informações e indicações das autoridades.

O ciclone tropical Gabrielle começou a atingir os Açores pelas 22:00 locais de quinta-feira.

As ilhas dos grupos Central (Pico, Faial, Graciosa, Terceira e São Jorge) e Ocidental (Flores e Corvo) mantêm-se sob aviso vermelho – o mais grave numa escala de três – devido às previsões de precipitação, vento e agitação marítima.

O Governo Regional declarou situação de alerta até às 18:00 de sexta-feira, nos grupos Central e Ocidental, proibindo determinadas atividades.

Nestas ilhas, foram também encerrados serviços públicos não urgentes e essenciais, incluindo escolas.

Rajada mais forte registada foi de 154 quilómetros/hora

A intensidade da tempestade pós-tropical Gabrielle nos Açores “irá começar a diminuir gradualmente” a partir das 09:00 locais e a rajada mais forte registada foi de 154 quilómetros/hora, segundo fonte do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

“No grupo Ocidental [Flores e Corvo] já passou. Ainda continuamos com aviso para agitação marítima, até às 15:00 [mais uma hora em Lisboa], mas, a partir das 09:00, irá começar a diminuir gradualmente”, disse à agência Lusa, num ponto de situação pelas 06:00 locais, a meteorologista Elsa Vieira, da Delegação Regional dos Açores do IPMA, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

No grupo Ocidental açoriano, segundo a meteorologista, a rajada máxima registada durante a passagem da tempestade foi da ordem dos 70 quilómetros por hora (km/h).

Já quanto a valores de precipitação, “o máximo registado foi de oito litros por metro quadrado numa hora, nas Flores”.

No grupo Central (Pico, Faial, Graciosa, Terceira e São Jorge), “a situação ainda irá manter-se até às 09:00, ou seja, poderão ocorrer ainda rajadas [de vento] com mais intensidade, na ordem dos 150 [km/h]”.

A precipitação deverá ser forte e, a partir das 09:00, “a situação também vai melhorando gradualmente e a agitação marítima mantém-se também até às 18:00 UTC”, acrescentou.

Já no grupo Oriental, segundo Elsa Vieira, o estado do tempo “a partir das 09:00 também começa a melhorar”.

“Poderá ocorrer ainda alguma rajada na ordem dos 110/120 km/h [e] precipitação também por vezes forte”, disse a meteorologista do IPMA.

Segundo a meteorologista, no grupo Central a rajada mais alta até agora foi de 154 km/h, na Horta (ilha do Faial) e, em termos de precipitação, 53 litros por metro quadrado acumulados em três horas na Graciosa”.

Na análise da imagem de radar, a responsável admitiu que nas próximas horas “talvez ainda haja alguma precipitação e rajadas mais intensas, mas mais nas ilhas no norte do grupo Central” (Graciosa e Terceira).

Nas ilhas do Faial, São Jorge e Pico, “a situação irá começar a melhorar”.

“Ainda poderá ocorrer alguma rajada tanto na Graciosa como na Terceira e precipitação também”, concluiu.

Ciclone pós tropical

O ciclone tropical Gabrielle que atinge os Açores deixou de ser um furacão de categoria 1 e passou a ser uma depressão pós-tropical, mas as preocupações mantêm-se.

“O que até agora era denominado furacão Gabrielle perdeu algumas das suas características que o denominavam furacão. Neste momento, a melhor designação que se aplica é um ciclone pós-tropical”, disse à agência Lusa a meteorologista Tânia Viegas, da Delegação Regional dos Açores do IPMA, durante a madrugada.

Contudo, acrescentou, “isto não significa necessariamente – e é o que é válido neste caso -, que tenha perdido intensidade ou que as rajadas de vento passem a ser menores”.

O Gabrielle começou a atingir os Açores pelas 22:00 locais de quinta-feira.

As ilhas dos grupos Central e Ocidental mantêm-se sob aviso vermelho – o mais grave numa escala de três – devido às previsões de precipitação, vento e agitação marítima.

O Governo Regional declarou situação de alerta até às 18:00 de sexta-feira, nos grupos Central e Ocidental, proibindo determinadas atividades.

Nestas ilhas, foram também encerrados serviços públicos não urgentes e essenciais, incluindo escolas.

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