Autarquias querem tomar posse administrativa dos terrenos privados abandonados

Autarquias querem tomar posse administrativa dos terrenos privados abandonados

Associação Nacional de Municípios Portugueses quer tomar posse administrativa dos terrenos privados de mato e de floresta que estão ao abandono para os limpar e assim evitar incêndios como em setembro passado, que causaram sete mortos.
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A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) quer tomar posse administrativa dos terrenos privados de mato e de floresta que estão ao abandono para os limpar e assim evitar incêndios como em setembro passado, que causaram sete mortos.

Esta proposta, segundo o Jornal de Notícias (JN), faz parte de um documento com 21 medidas que a ANMP irá apresentar ao Governo e que sugerem mudanças no sistema de gestão integrada de incêndios rurais, na cadeia de comando da proteção civil e no estatuto dos sapadores municipais, apontando ainda a necessidade de investimento na valorização da floresta

Uma das propostas é a posse administrativa dos terrenos privados de mato e floresta abandonados e limpá-los para acelerar o cadastro. Chamar as Forças Armadas à missão de vigilância para prevenir os incêndios é também sugerida.

"Não se trata de ficar com a propriedade, mas sim de se criar um mecanismo mais ágil e célere que permite atuar num curto prazo", refere o JN, acrescentando que a "fatura será enviada aos proprietários dos terrenos e as parcelas restituídas".

Atualmente a posse administrativa de terrenos ao abandono é um processo jurídico complexo, que pode demorar meses ou anos.

Segundo o documento citado pelo jornal, a ANMP quer "enquadrar na legislação a obrigatoriedade de os proprietários prestarem uma caução/garantia junto das câmaras na fase prévia às ações de corte e de transporte de material lenhoso", para assegurar que os sobrantes sejam limpos após o corte de árvores e que sejam identificados os responsáveis, se houver danos nas vias por causa da atividade.

No documento, os autarcas defendem também o reforço dos recursos humanos e técnicos alocados "ao cadastro da propriedade, apontando que esta é uma ferramenta essencial para se conhecer os donos dos terrenos e "apurar responsabilidades pelo não cumprimento das faixas de gestão de combustível".

Entre as 21 medidas, está também a de aumentar o investimento na rede estruturante de corta-fogos e universalizar a videovigilância nas áreas de risco de incêndio rural.

Em setembro, a presidente da ANMP, Luísa Salgueiro (PS), já tinha reivindicado mais competências e mais meios para as autarquias em matéria de prevenção e ataque aos incêndios, salientando a questão da limpeza dos terrenos ao abandono.

"Os municípios têm uma relação de grande proximidade com as instituições locais, nomeadamente as associações humanitárias de bombeiros e os sapadores de bombeiros, portanto temos condições de assumir mais competências e mais responsabilidades se a administração local assim pretender e, obviamente, equilibrar essas competências com os recursos que serão necessários", referiu.

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