Em Lisboa inscreveram-se até agora "quase 58 mil eleitores" brasileiros para votarem nas presidenciais de 2026 no seu país e "chegarão aos 60 mil", o que obrigará a mudar o local de voto, disse o Cônsul-Geral do Brasil."Nós já estamos preparando as eleições do próximo ano, e posso já anunciar que vamos ter quase 60 mil brasileiros eleitores aqui, em Lisboa", disse à Lusa Alessandro Warley Candeas.“Hoje, abril de 2025, já são 58 mil inscritos”, os aptos para votar, adiantou o diplomata. Mas, segundo as suas estimativas, em outubro de 2026 os imigrantes brasileiros residentes na área consular de Lisboa aptos para votar "chegarão aos 60 mil, tranquilamente".O que implicará uma alteração no tradicional espaço de votação para os eleitores imigrantes e residentes na área abrangida pelo consulado da capital portuguesa, que era a Faculdade de Direito de Lisboa, admitiu Alessandro Candeas."Como o volume de eleitores cresceu, isso se tornou insuficiente", o que, aliás, já aconteceu em 2022, recordou.Por isso, "com a antecedência devida, esse é um dos temas" que o consulado está a tratar, sem poder ainda "antecipar nada".Sublinhando que a Faculdade de Direito de Lisboa "já não é suficiente”, o cônsul adiantou que há algumas alternativas em análise, nomeadamente a possibilidade de uma parte do ato eleitoral ocorrer na Faculdade de Direito e outra parte num outro espaço da Cidade Universitária de Lisboa.Também está a ser analisada a escolha de outro espaço em Lisboa, admitiu o diplomata, que espera, dentro de meses, ter uma definição clara do espaço para a realização do ato eleitoral, "porque tem de ser feita a logística com muita antecedência”.Os números de inscritos apresentados hoje pelo Cônsul-Geral do Brasil em Lisboa representam um crescimento significativo face aos 45.273 registados nas últimas eleições presidenciais do Brasil, em 2022, em Lisboa, e que já apresentavam um aumento superior a 100% em relação às anteriores, de 2018.O crescimento do número de eleitores inscritos em 2022 já tinha obrigado a um aumento de mesas de voto, de 28, em 2018, para 58, o que não evitou longas filas de espera à porta da Faculdade de Direito na primeira volta, obrigando a uma decisão de última hora de Brasília de alargar o horário previsto para votação, para que todos os imigrantes que se encontravam nas filas pudessem votar.Na segunda volta daquelas eleições houve ajustes para facilitar o acesso às assembleias de voto, evitando-se que sucedesse o mesmo que na primeira volta.“Lisboa já é o maior colégio eleitoral” fora do Brasil recordou Alessandro Candeas, posição já alcançada nas presidenciais de 2022. “Nos Estados Unidos temos grupos grandes [de eleitores], mas aqui é o maior de toda a nossa rede consular”, especificou.Em Portugal, o Brasil tem, além do Consulado Geral em Lisboa, um outro no Porto e um terceiro em Faro.Nas últimas presidenciais de 2022, havia 45.273 eleitores aptos para votar em Lisboa, 30.098 no consulado do Porto, o quinto com mais eleitores, e 5.525 no de Faro.O cônsul geral do Brasil em Lisboa adiantou que o Consulado também está a trabalhar no recadastramento orientado, através das redes sociais, para as pessoas que não votaram nas três últimas eleições, e que correm o risco de perder o título de eleitor, se “reapresentarem e recadastrarem”.Com quatro meses de liderança do consulado do Brasil em Lisboa, Alessandro Candeas disse estar focado no apoio à comunidade brasileira, no contacto com as instituições e as autoridades portuguesas, com a sociedade e com a imprensa (a portuguesa e os correspondentes brasileiros no país).Antes de Lisboa, Alessandro Warley Candeas foi, desde 2020, chefe da representação do Brasil junto do Estado da Palestina..Contagem do tempo de espera para nacionalidade: petição pede regulamentação da lei já aprovada