Tiago Pereira, da Ordem dos Psicólogos
Tiago Pereira, da Ordem dos PsicólogosDiana Quintela / Global Imagens

Ataque com faca em escola. "Os pais não devem fugir a falar deste tema com os filhos"

Tiago Pereira, da Ordem dos Psicólogos, fala ao DN sobre as melhores maneiras de abordar acontecimentos como aquele que aconteceu esta terça-feira numa escola na Azambuja, em que um aluno atacou vários colegas com uma faca.
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Ao serem questionados por uma criança ou jovem adolescente sobre este caso, que atitude devem ter os pais?

Um primeiro ponto que me parece importante é o de nós, os adultos, termos algum controlo sobre essa conversa. Ou seja, temos desde logo de ser nós a preparar a conversa, a primeira abordagem a ela. Fazê-la num contexto adequado, mais tranquilo, onde possamos ter maior controlo emocional. Isso dá-nos alguma segurança para, nesta perspetiva, não escondermos a informação, que é óbvia.

E um segundo ponto?

Um segundo ponto é o de perceber, perguntando, aquilo que esta criança ou este jovem sabe sobre a situação. Porquê? Para corrigir informações que não estejam exatamente corretas, para clarificar e para dar informação complementar que não existia e que pode ser importante. Isto ajuda, de certa forma, a dar algum sentido àquilo que a criança sabe.

E se a criança disser que tem medo que isto lhe aconteça?

Este é um ponto muito importante: é muito importante que nós validemos o que a criança está a sentir. Ou seja, se uma criança nos disser que está com medo, em princípio não é o mais aconselhável que nós digamos, simplesmente: ‘Não tenhas medo, porque isso aconteceu numa escola que não foi a tua, ou aconteceu no outro lado.’ É importante que nós validemos o medo. E dizer-lhe que é natural que sinta medo. Depois introduzimos argumentos racionais em como este não é um acontecimento comum, que as escolas são seguras.

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