"As pessoas estão entusiasmadas com o que Portugal tem para oferecer"
Portugal está nas bocas do mundo e ninguém quer ficar fora da moda. Prova disso, diz João Brion Sanches, é a sede estrangeira pelo imobiliário nacional, que contribuiu, na visão do empresário, para que o país saísse mais forte da crise financeira internacional. O presidente da Norfin revela ao DN/Dinheiro Vivo que os investidores internacionais que chegam a Portugal ficam encantados com a luz. É também por isso que a arquitetura do novo projeto de Marvila tenta captar, através dos mosaicos, a afamada luz de Lisboa. Como se uma continuação do Tejo se tratasse.
Com 50% de investidores estrangeiros, este projeto é mais um sinal de que o mundo está de olho em Portugal?
Estamos a beneficiar de uma época muito favorável do mercado português em geral e do mercado de Lisboa em particular. As pessoas por essa Europa fora, e não só, entusiasmaram-se muito com o que é Portugal e com o que tem para oferecer...É uma ótima altura para vender casas.
Até quando vai durar?
Essa é a pergunta de um milhão de dólares. Mas acho que estamos todos bastante otimistas em relação à nossa atratividade. Portugal, de repente, mudou de paradigma. Era um patinho feio na Europa. Esquecemo-nos de que há quatro/cinco anos ninguém queria saber de Portugal. Era um país em crise, em que as pessoas achavam que não tinha futuro. E de repente estamos nesta fase particularmente positiva.
Fomos nós que mudámos ou mudou a forma como passaram a olhar para nós?
Houve muita coisa exógena a Portugal. Mas acho que Portugal teve o mérito de agarrar bem esta crise para conseguir tornar-se apelativo e as pessoas passaram a ter uma atitude muito mais proativa em relação àquilo que é bom. A isto junta-se uma conjuntura internacional muito favorável de uma Europa que saiu da crise e começou a crescer. O mercado imobiliário está muito apelativo por causa das taxas de juro muito baixas. Portanto há uma série de condições positivas.
E além de Lisboa?
O Porto também está muito dinâmico no setor imobiliário. Achamos que há umas franjas que também estão a beneficiar, o Algarve nomeadamente, está a receber novamente procura. Estamos a falar de um país que esteve durante sete anos sem que nada acontecesse no mercado imobiliário. É normal que agora também haja um bocadinho de excitação porque estamos a partir de uma base muito baixa. É um volume que se calhar ainda está a metade do pré-crise e as pessoas já ficam muito entusiasmadas.