Correram o mundo as imagens das longas filas no Aeroporto de Lisboa no domingo, onde se veem centenas de pessoas de pé, outras sentadas no chão, e se registaram ainda momentos de protesto. São numerosos os relatos de viajantes que passaram mais de oito horas entre a chegada à zona internacional e o controlo migratório.Ao DN, fonte oficial da Polícia de Segurança Pública (PSP) reconhece que houve um tempo de espera acima do normal, mas afirma que o máximo registado foi de 172 minutos, entre as 10h30 e as 11h30, hora de maior afluência. Trata-se do que a PSP designa como “tempo real”, ou seja, o intervalo entre o desembarque e a passagem pelo controlo de migração. Questionada sobre os relatos que apontam para esperas superiores a oito horas, a PSP sublinha que os dados oficiais foram fornecidos pela ANA Aeroportos.Quanto ao número de profissionais ao serviço, a PSP esclarece que, ao longo de todo o período, os 16 postos de controlo estiveram preenchidos, isto é, com “capacidade máxima e todos os balcões a funcionar”. Contudo, não soube especificar quantos desses postos estavam dedicados a passageiros provenientes de fora do Espaço Schengen, cujo controlo é mais demorado. A mesma fonte acrescenta ainda que pode ocorrer que um posto fique temporariamente sem atendimento quando um viajante é intercetado e necessita de ser encaminhado para a esquadra do aeroporto. O tempo afastado é de cerca de dez minutos,A PSP salienta igualmente que alguns passageiros elegíveis para o RAPID, o controlo eletrónico, acabam por não o utilizar. Este sistema está disponível para todos os titulares de passaporte europeu. Já nesta segunda-feira, 29 de dezembro, o tempo médio de espera foi de 60 minutos, segundo a mesma fonte oficial.Sem respostasA ANA Aeroportos, responsável pelo controle dos horários dos voos e pela assistência aos passageiros nas filas não respondeu ao pedido do DN para comentar as críticas de falta de assistência e orientações na fila. As demoras não são novas.No sábado, os tempos de espera também ultrapassaram as quatro horas. A situação tem-se repetido ao longo de várias semanas. No dia 23 de dezembro, o Ministério da Administração Interna (MAI) afirmou à agência Lusa que, “de um modo geral, há uma redução das filas e dos tempos de espera”. A 16 de dezembro, a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, declarou no Parlamento que os tempos médios de espera estavam nas “três horas, com máximos de seis horas”, acrescentando que a integração dos novos sistemas no controlo de fronteiras “correu muito mal”. Na mesma semana, mais 80 agentes da PSP foram destacados para o aeroporto.Contudo, a situação não é nova. No final de outubro, foi criada uma “equipa especial” da PSP para gerir os fluxos de passageiros. No despacho, a que o DN teve acesso, estipula-se que os tempos de espera têm de ser reduzidos, fixando metas claras: “Nas chegadas, reduzir o tempo médio de espera de inferior a 30 minutos para inferior a 20, e o tempo máximo de inferior a 75 minutos para inferior a 55 minutos; nas partidas, a redução deve ser de inferior a 20 minutos de tempo médio para 15 minutos, e de inferior a 35 para inferior a 25 minutos no tempo máximo”. O prazo para alcançar estes objetivos é de 100 dias. amanda.lima@dn.pt.Fila na imigração do Aeroporto de Lisboa ultrapassa sete horas.Associação de Hotelaria alerta para possível colapso do aeroporto de Lisboa devido a novo sistema de controlo