Recorde de 52 549 casos. Portugal já ultrapassou os 2 milhões de infeções
Foram confirmados, nas últimas 24 horas, 52 549 novos casos de covid-19, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). Trata-se de um novo recorde de infeções em Portugal num só dia, sendo que foram ultrapassadas os dois milhões de casos de infeção desde o início da pandemia: totalizam 2 003 169.
O maior número de casos nas últimas 24 horas foi registado na região Norte, que teve 22 455 novas infeções, seguido por Lisboa e Vale do Tejo com 16 192 e o Centro com 7744. As restantes regiões do país tiveram números substancialmente mais baixos, também tendo em conta a demografia, sendo que 1960 foram detetados no Algarve, 1865 na Madeira, 1502 no Alentejo e 831 nos Açores.
Há ainda a registar mais 33 mortes devido à infeção por SARS-CoV-2, indica o relatório desta quarta-feira (19 de janeiro). Quase metade dos óbitos foi declarada em Lisboa e Vale do Tejo (15), seguindo-se o Norte (10) e Centro (5). Açores, Madeira e Alentejo declararam um morto cada.
Os dados mostram também que há agora 1959 pessoas internadas devido à doença (mais quatro que no dia anterior), das quais 153 em unidades de cuidados intensivos (menos sete).
A atualização da taxa de incidência indica agora que é de 4490,9 casos de infeção por 100 mil habitantes, quando na segunda-feira era de 3813,6 casos. Esta subida é comum na análise feita no continente que é agora de 4437,4 (era de 3796,0).
Quanto ao R(t) sofreu uma nova descida, sendo agora de 1,11 (era de 1,13 na segunda-feira) no território nacional. Já no continente é de 1,10.
Ao dia de hoje, Portugal soma 356 477 casos ativos de covid-19, segundo os dados atualizados da DGS no dia em que arranca a vacinação de crianças entre os 5 e os 11 anos nos Açores, na ilha de São Miguel, em regime de casa aberta, alargando-se no decorrer da semana à maioria do arquipélago.
Os Açores são a última região do país a vacinar crianças entre os 5 e os 11 anos contra a covid-19. Segundo a Direção Regional da Saúde, o processo poderá abranger cerca de 11 mil crianças em toda a região.
Um processo de vacinação que começa um dia depois da Organização Mundial da Saúde (OMS) avisar que a pandemia da covid-19 "está longe de acabar", lembrando que novas variantes do coronavírus SARS-CoV-2 podem surgir depois da disseminação da variante Ómicron, mais contagiosa.
"Esta pandemia está longe de acabar, e com o incrível crescimento global da Ómicron, novas variantes podem surgir", advertiu o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na habitual videoconferência de imprensa da organização sobre a evolução epidemiológica da covid-19.
Ghebreyesus reiterou que, apesar de ser menos grave, a Ómicron está a causar hospitalizações, a maioria entre pessoas não vacinadas, e mortes.
"Mesmo os casos menos graves estão a inundar as unidades de saúde", alertou, assinalando que, em muitos países, "as próximas semanas vão continuar a ser críticas para os profissionais e sistemas de saúde".
"Peço a todos que façam o melhor para reduzir o risco de infeção, para que possam ajudar a aliviar a pressão dos sistemas" de saúde, apelou o dirigente da OMS, enfatizando que a vacinação "é a chave para proteger os hospitais de ficarem sobrecarregados", porque continua eficaz a prevenir a doença grave e a morte.
Também na terça-feira, a farmacêutica Pfizer garantiu que os estudos realizados em laboratório do tratamento oral paxlovid contra o novo coronavirus demonstraram a eficácia deste contra a nova variante Ómicron.
Em comunicado, a empresa informou que os estudos sugerem que o tratamento "tem o potencial de manter concentrações de plasma muito superiores à quantidade necessária para evitar que a Ómicron se replique nas células".
A paxlovid, que obteve uma autorização de emergência nos EUA e em outros países, reduz o risco de hospitalização ou morte em cerca de 90%, comparado com um placebo em doentes de alto risco, quando são tratados nos cinco primeiros dias desde o aparecimento dos sintomas.
Em dezembro, a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) assegurou que o paxlovid pode ser usado para tratar os adultos com covid-19 que não requeiram oxigénio suplementar e que tenham um maior risco de desenvolver uma forma grave da doença.