O perfil da pessoa sem-abrigo mudou. Apesar de continuar a haver muitos indivíduos com problemas de toxicodependência, alcoolismo e doenças mentais, há atualmente pessoas que têm emprego, mas não conseguem pagar a renda de uma casa para morar. E, se o turismo é uma das alavancas da economia portuguesa, são sobretudo trabalhadores deste setor a viver nas ruas. "Temos muitas situações que decorrem desta crise que estamos a atravessar, em consequência da pandemia e da guerra. São pessoas que têm trabalho, mas já não têm habitação, porque a habitação, em Lisboa, não está acessível", explica a líder da Comunidade Vida e Paz. "Muitas famílias estão a passar por grandes dificuldades no que diz respeito ao orçamento familiar. Muitas vezes, sem recursos para fazer face a todas as despesas familiares, acabam como sem-abrigo."