Sociedade
18 janeiro 2022 às 19h56

Morte de criança no Santa Maria: tudo o que precisa saber

Durante o dia de segunda-feira, foi reportada a morte de um menino de seis anos no Hospital Santa Maria, em Lisboa. Um dia depois, o DN faz um apanhado com a informação conhecida até ao momento.

DN

Depois da morte da criança no Hospital Santa Maria no domingo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu um inquérito para averiguar as causas do incidente. O resultado da autópsia ainda não é conhecido.

Na segunda-feira, o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) informou que uma criança de seis anos morreu no Hospital Santa Maria, em Lisboa, durante o dia de domingo. As causas da morte não foram divulgadas. Foi apenas referido que o menino apresentava "um quadro de paragem cardiorrespiratória".

O CHULN disse também que a criança tinha tido um teste positivo ao SARS-CoV-2 dias antes. Um inquérito interno foi aberto para averiguar as causas da morte, não sendo conhecidas para já as conclusões. A confirmar-se o nexo de causalidade entre a doença e a morte, esta será a quarta criança que morre vítima da doença em Portugal (ainda que não esteja contabilizada no boletim divulgado pela Direção-Geral da Saúde na terça-feira).

A Ordem dos Médicos (OM) enviou também uma nota às redações apelando que a calma "que uma situação destas exige" se mantenha, reforçando que é importante "aguardar pelas conclusões da equipa forense, nomeadamente pelos resultados da autópsia médico-legal" e pelos resultados toxicológicos.

Sim. Depois de ter sido divulgada a morte da criança, o Infarmed confirmou que recebeu uma notificação de suspeita de reação adversa à vacina. A criança tinha sido vacinada há uma semana. De acordo com o regulador, começaram a ser recolhidos dados adicionais "por parte do notificador para análise e avaliação da imputação de causalidade, uma vez que, não sendo a aparente relação temporal o único determinante na avaliação da causalidade, é necessário proceder à recolha de toda a informação clínica".

Esta análise precede a sua comunicação à base de dados europeia EudraVigilance, o sistema de gestão e análise de informações sobre suspeitas de reações adversas a medicamentos, que foram autorizados ou em estudo em ensaios clínicos no Espaço Económico Europeu.

Além do inquérito interno aberto pelo Hospital de Santa Maria, também a PGR abriu um inquérito a este caso. O processo é habitual, uma vez que se trata de uma morte sem causa aparente.

Existe também a autópsia, cujos resultados ainda não foram conhecidos mas que se esperam serem divulgados em breve. Já durante o dia de quarta-feira, a diretora da Delegação Sul do Instituto Nacional de Medicina Legal confirmou ao Jornal de Notícias que a autópsia foi concluída. No entanto, há ainda exames complementares que devem ser feitos.

Ainda assim, os resultados da autópsia podem não ser conclusivos. Duarte Nuno Vieira, ex-presidente do Instituto de Medicina Legal, afirmou ao DN que "em todo o mundo, 5% a 10% das autópsias são inconclusivas, porque há causas de morte que não são visíveis nas autópsias".

O médico considerou ser importante "ter esta noção". Segundo o clínico, "a autópsia é um passo fundamental para se procurar esclarecer o que ocorreu, mas com a certeza de que poderá não proporcionar um esclarecimento definitivo, embora na esmagadora maioria dos casos permita tirar conclusões".

Notícia atualizada às 11:48 do dia 19 de janeiro.