Sociedade
01 abril 2023 às 05h00

10 421 117. Portugal volta a ganhar população

Imigração explica o aumento do número de residentes, mas população está cada vez mais idosa.

Carlos Ferro

Portugal terminou 2021 com mais 26 820 residentes do que no ano anterior. Assim, o país iniciou 2022 com uma população de 10 421 117 pessoas, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatísticas, que destaca o facto de ter aumentado pela terceira vez consecutiva o número de residentes. Uma subida que é atribuída aos imigrantes que escolheram Portugal para viver.

Segundo as Estatísticas Demográficas 2021 a taxa de crescimento populacional foi de 0,26%, resultando da combinação de um saldo natural negativo de -45 220 (diferença entre nascimentos e mortes) e um saldo migratório de 72 060 pessoas (taxa de crescimento migratório de 0,69%).

De acordo com o INE continua a registar-se um envelhecimento demográfico com a diminuição do número de jovens até aos 14 anos e um aumento da população idosa. Em 2021 a percentagem de população jovem era de 13%, continuando a diminuir: entre 2011 e 2020 passou de 15% para 13,2%, respetivamente.

Já a população idosa, com 65 anos ou mais, passou de 19,2% em 2011 para 23,2% em 2020. Em 2021, 23,6% da população estava na faixa etária dos mais de 65 anos.

Os dados analisados pelo INE mostram que as mulheres estão a ser mães cada vez mais tarde. No ano de 2021 a média foi de 30,4 anos - em 2011 era de 28,4 anos.

Quanto à natalidade, continua a registar-se uma diminuição. Em 2021 foram registados 79 582 nados vivos de mães residentes em território nacional, ou seja, menos 5,9% do que no ano anterior - representa menos 4948 nascimentos.

O que aumentou foi a percentagem de nascimentos fora do casamento, passando de 42,8% em 2011 para 60% em 2021.

As estatísticas demográficas confirmam o aumento da mortalidade no ano de 2021. Segundo os dados do INE registaram-se 124 802 óbitos de residentes, o que representou uma subida de 1,1% em relação a 2020. A maioria destas mortes corresponderam a pessoas com 65 ou mais anos e mais de metade (60%) a óbitos de pessoas com 80 ou mais anos. Estes números apontam para um valor bastante elevado da taxa bruta de mortalidade: 12 mortes por mil habitantes, quando em 2011 a taxa era de 9,7 óbitos por mil habitantes. Ou seja, 2021 registou o valor mais elevado de todo o período analisado pelo INE. Já os óbitos de crianças com menos de um ano mantiveram-se nos 0,2% do total de mortes, valor idêntico a 2019 e 2020.

Os indicadores relacionados com os casamentos mostram que se registou um aumento de casamentos: 29 057 (549 deles entre pessoas do mesmo sexo), mais 10 155 que em 2020, ano em que a pandemia de Covid-19 fez cancelar a maioria das celebrações.

Já a média do primeiro casamento foi de 34,3 anos para os homens e de 32,9 para as mulheres. No que diz respeito a divórcios, foram decretados 17 279, representando um decréscimo de 0,1% em relação a 2020 (17 295). Quanto à dissolução por morte de cônjuge chegou aos 49 908 casos, dos quais resultaram 14 414 viúvos e 35 494 viúvas, devido à sobremortalidade masculina.

População Em 2021, Portugal tinha 10 421 117 residentes, de acordo com o INE. Pelo terceiro ano consecutivo registou-se uma subida da população. Em relação a 2020, a subida foi de 26 820 pessoas.

Natalidade Nasceram 79 582 bebés em Portugal em 2021, filhos de mães residentes em território nacional, como frisa o INE. Comparando com 2020 houve um decréscimo de 5,9% ou seja menos 4948 crianças.

Mortalidade O número de óbitos em Portugal aumentou quando comparado com 2020. Em 2021 registaram-se 124 802 mortes, mais 1,1%. A maioria das mortes (86,3%) correspondeu a pessoas com 65 ou mais anos.

Casamentos No ano passado realizaram-se 29 057 casamentos, mais 10 155 que em 2020. Do total de matrimónios, 549 foram de pessoas do mesmo sexo. Já dissoluções por morte do cônjuge foram 49 908.

cferro@dn.pt