Aluno do 7.º ano com colete antibala esfaqueou colegas no corredor

Aluno do 7.º ano com colete antibala esfaqueou colegas no corredor

Jovem de 12 anos entrou na escola com uma faca e um colete antibala que pertencia ao pai e golpeou seis outros alunos. Uma das vítimas ficou ferida com gravidade com lesões no tórax e na cabeça. Diretora fala em “ato isolado”.
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Um jovem de 12 anos esfaqueou esta terça-feira à tarde seis colegas - cinco raparigas e um rapaz com idades entre os 11 e os 14 anos -, tendo um deles, uma menina, ficado em estado grave. O incidente ocorreu dentro da Escola Básica 1, 2 e 3 de Azambuja, no Distrito de Lisboa.

Uma das vítimas, uma rapariga, ficou em estado grave, tendo sido transportada inicialmente para o Hospital de Vila Franca de Xira e posteriormente reencaminhada para o Hospital de Santa Maria. Apesar de lesões ao nível do tórax e da cabeça, o DN apurou que não corre risco de vida.

O autor do ataque, filho de uma professora de uma outra escola e sem antecedentes violentos, entrou na escola depois do almoço com uma faca e um colete antibala, que era do pai, e começou a agredir quem lhe apareceu à frente. O agressor frequenta o 7.º ano e estava há três anos nesta escola.

“Os alunos agredidos são de várias turmas” e o ataque “foi indiscriminado”. “Conforme [os colegas] foram aparecendo, agredia-os”, explicou o autarca local, Silvino Lúcio, que indicou que uma equipa de psicólogos deu apoio a alunos, pais e funcionários. No local também estiveram seis ambulâncias e elementos dos Bombeiros da Azambuja e do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

“As auxiliares aperceberam-se de uma situação anormal, de gritos e de histerismo, e chamaram-no, demoveram-no, aproximaram-se dele, tentaram que não houvesse mais incidentes, mas até lá chegarem, porque foi no corredor de acesso às salas de aula, conseguiu fazer essas seis vítimas”, acrescentou o edil.

O presidente da Câmara da Azambuja rejeitou que aquele estabelecimento de ensino seja problemático: “Nunca teve problemas de maior, tinha um problema ou outro de bullying, mas coisas que se ultrapassam com psicólogos e com a direção da escola, não era nada complicada.”

Numa nota publicada no site do agrupamento, a diretora do Agrupamento de Escolas da Azambuja, Maria Madalena Miranda Tavares, escreveu que a situação “foi um ato isolado” e informou que esta quarta-feira as aulas decorrerão normalmente.

PR e PM repudiam ataque

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, condenou “nos termos mais veementes o ataque ocorrido na Escola Básica na Azambuja” e faz “votos de plena e rápida recuperação aos alunos feridos”.

“Tratou-se de um ato isolado e de um fenómeno estranho à sociedade portuguesa, mas que deve fazer refletir com sentido de responsabilidade todos os que atuam no espaço público. O Governo mantém empenho total na proteção dos cidadãos e das instituições estruturantes do nosso país, como é a escola”, escreveu na rede social X.



Já Marcelo Rebelo de Sousa, através de uma nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na internet, lamentou e repudiou o incidente e afirmou que “nenhumas circunstâncias podem legitimar um tal ato de violência”.

“A família, como a escola, a comunidade local e outras instituições essenciais para a nossa vida comum não podem ser dominadas pela violência, pela agressão, pela violação dos direitos das pessoas, de todas as pessoas, nem qualquer violação destes pode justificar a violência. E tudo devemos fazer para que comportamentos como o vivido hoje [terça-feira], envolvendo a agressão física a colegas, professor e outro trabalhador da escola, se não repitam”, aditou.

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