Hernâni Dias: "Esta maioria absoluta não é o que o país precisa para o seu desenvolvimento"

10 perguntas à queima-roupa, 10 respostas na ponta da língua. Nesta rubrica, o DN desafia personalidades a comentar assuntos quentes do país e do verão. Hoje é a vez do presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, grande defensor da Linha de Alta Velocidade com rota por Trás-os-Montes.
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Rota de Alta velocidade Portugal-Espanha...
Muito necessária. E esta ligação do Porto a Espanha, nomeadamente a Zamora, é urgente e é bom que figure no Plano Ferroviário Nacional, por forma a que se consiga concretizar um investimento tão importante para o território, como para o país, nomeadamente ao nível do transporte de mercadorias, de passageiros, e sobretudo no que concerne à mobilidade amiga do ambiente, já que o transporte, sendo elétrico, vai dar um contributo importantíssimo para a neutralidade carbónica. Em Zamora aprovou-se por unanimidade uma declaração de apoio a esta ligação do Porto a Zamora, passando por Bragança e por Vila Real, o que significa que há uma boa congregação de vontades, mostra a cooperação transfronteiriça.

Trás-os-Montes.
Uma terra de oportunidades, sem dúvida nenhuma, quer a nível cultural, gastronómico, no que tem a ver com o seu potencial endógeno, também a parte patrimonial, e sobretudo na capacidade empreendedora dos transmontanos. É um território ainda por explorar, no que é o seu verdadeiro potencial, e pena é que ao longo do tempo os vários Governos tenham vindo a ter uma atitude de esquecimento com este território...

Maioria absoluta.
Se me falar desta maioria absoluta, diria que não é necessariamente aquilo que o país precisa para o seu desenvolvimento. Temos vindo a perceber que esta maioria absoluta não tem feito um bom trabalho, comparativamente até com outras maiorias absolutas no passado. Esta maioria absoluta tem vindo a ser uma desilusão, não só por tudo aquilo que tem acontecido desde o início da governação, mas sobretudo porque percebemos que o país está cada vez pior, estamos praticamente na cauda da Europa, estamos a descer posições relativamente a outros países que entraram depois de nós na União Europeia, e isso claramente mostra a ineficácia, a inoperância, a inércia desta maioria absoluta.

Turismo em Bragança.
Está em crescendo. Tem vindo a ser uma realidade cada vez mais presente na vida de todos os brigantinos, temos vindo a ganhar cada vez mais turistas, nacionais, mas também internacionais, sobretudo espanhóis, que são a nossa grande fonte de de turistas, mas também países como França, Holanda, Bélgica... Significa que a própria cidade, mas tudo aquilo que é o seu entorno, porque temos um parque natural que lhe confere um caráter muito importante, portanto, estamos no bom caminho.

Agir pela emoção ou pela razão?
As duas. Acho que a razão deve obrigatoriamente estar sempre presente, mas não podemos deixar de nos orientar pela emoção, porque somos pessoas, seres humanos, somos emotivos. Mas também somos seres pensantes e acho que quando conseguimos congregar as duas formas, retirando o que de melhor tem a parte racional da parte emotiva, estamos decerto a tomar boas decisões, a fazer boas opções.

Férias?
As férias têm tudo a ver com aquilo que entendermos como bons locais para nos divertirmos, para pensarmos, para relaxarmos, para conseguirmos estar bem connosco próprios, e talvez isso possa fazer a diferença naquilo que queremos projetar para as nossas férias. Sem dúvida nenhuma que as emoções também acabam por ser interessantes naquilo que tem a ver com a nossa própria idealização de férias.

Regionalização?
É necessária para o país. Temos vindo a assistir ao longo do tempo a esta tendência centralista dos vários Governos e é bom que a regionalização venha pôr um ponto final nesta tendência. Os níveis de desenvolvimento dos territórios são heterogéneos. Devemos ter a capacidade de sermos nós próprios, enquanto território, enquanto região, a termos a capacidade de podermos definir aquilo que é importante para o território sem que isso esteja sempre dependente da visão centralista dos vários Governos.

Ler ou escrever?
Bastante mais ler, gosto de ler, também tenho de escrever, mas confesso que gosto bastante mais de ler, não só porque me satisfaz um bocado mais, mas porque consigo aprender também. E escrever para mim é bastante mais difícil, tendo em conta a minha vida profissional, que também não permite escrever muito.

Verão.
É uma época lindíssima, a época das emoções. No verão as pessoas sentem-se muito livres, quase literalmente nos despimos daquilo que é a nossa forma de estar durante o resto do ano, e no verão libertamo-nos daquela carapaça algo taciturna do inverno, e ficamos muito mais propensos para a diversão, para o contacto com as pessoas.

Uma paixão.
Gosto muito de desporto, de forma genérica. Já joguei futebol, pratiquei atletismo, agora faço um bocadinho de ciclismo por diversão, mas gosto imenso de desporto - todas as modalidades me satisfazem imenso. Gosto de ver as pessoas exibirem aquilo que são as suas qualidades físicas e conseguirem superar também os seus limites.

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